Vídeos deixam claro como empresário indiciado por morte de gari em MG tinha fascínio por armas
Imagens mostram Renê da Silva Nogueira Júnior ostentando armamentos e distintivo da esposa, delegada da Polícia Civil
SBT News
Vídeos que integram a investigação sobre o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes reforçam que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, indiciado e confesso autor do disparo, era fascinado por armas. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) já havia confirmado que ele demonstrava prazer em manusear armamentos e utilizava-os com frequência. Nas imagens obtidas pelos investigadores, Renê aparece exibindo armas e disparando modelos antigos, sem relação com o crime.
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As apurações também revelaram que o empresário ostentava o distintivo funcional da esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, a quem demonstrava admiração pelo cargo.
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Durante coletiva realizada nesta sexta-feira (29), o delegado Matheus Moraes Marques, responsável pelo caso, afirmou que Ana Paula tinha conhecimento de que o marido utilizava sua arma pessoal e permitia o acesso. Na última quinta-feira (28), ela foi substituída no Comitê de Ética em Pesquisa da Academia da Polícia Civil de Minas Gerais.
Relembre o caso
O gari, de 44 anos, foi morto a tiros após uma discussão de trânsito em 11 de agosto, no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. O suspeito é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.
Segundo o boletim de ocorrência, Laudemir e outros garis recolhiam lixo quando a motorista do caminhão encostou o veículo para dar passagem ao carro do empresário. Renê teria abaixado o vidro e ameaçado matar caso alguém encostasse em seu carro. Os trabalhadores pediram calma e sugeriram que ele seguisse viagem. O suspeito, porém, desceu do carro alterado e disparou contra o grupo.
O gari Tiago Rodrigues, que presenciou o crime, afirmou que Renê agiu com frieza. "Assim que atirou, ele entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora", disse. Tiago tentou socorrer o colega, mas Laudemir não resistiu.
Renê foi localizado após informações de uma testemunha, que lembrou parte da placa do carro dele, e pela análise de câmeras de segurança. A polícia apresentou uma foto do empresário, que foi reconhecido e apontado como o responsável pelo ataque. Apesar disso, ele negou ter cometido o crime quando foi preso, no estacionamento de uma academia.
Em 15 de agosto, a Polícia Civil informou que a arma usada para matar Laudemir pertencia à esposa dele.
A compatibilidade foi confirmada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições – uma usada e outra intacta – deixadas no local do crime. Desde então, Ana Paula é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil de MG, que apura possíveis desvios de conduta da servidora.