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Polícia

Policiais torturaram vítima por 42 minutos e jogaram corpo da ponte do Guaíba, aponta investigação

Assassinato de Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos, teria ocorrido no dia 17 de maio, em Porto Alegre

Imagem da noticia Policiais torturaram vítima por 42 minutos e jogaram corpo da ponte do Guaíba, aponta investigação
Vítima torturada por 42 minutos e jogada da ponte do Guaíba | imagem cedida ao SBT-RS
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Cinco policias militares estão presos suspeitos de esconderem o corpo de um homem, jogando-o da ponte do Rio Guaíba, após o torturarem até a morte, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O assassinato de Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos, teria ocorrido no dia 17 de maio. O jornalismo do SBT teve acesso ao Inquérito Policial Militar (IPM).

Os detalhes do crime

Segundo a Justiça Militar Estadual, duas equipes da Polícia Militar foram realizar abordagens no condomínio Princesa Isabel, conhecido como Carandiru, na zona sul da capital.

A primeira equipe policial apreendeu uma quantidade expressiva de entorpecente há cerca de 6 km de distância de onde o crime teria ocorrido.

A segunda equipe, que é a principal investigada, identificou Vladimir saindo do portão do prédio, abordou o homem e o algemou. Ele foi colocado na viatura sob mando do sargento Felipe Adolpho Luiz. Em um momento, o militares se deslocaram com o preso no carro até que o sargento pediu para estacionar na ponte do Guaíba.

Condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre | Reprodução | Google Earth
Condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre | Reprodução | Google Earth

Em seguida, desceram da viatura o soldado Lucas da Silva Peixoto e o sargento, momento em que começaram a agredir com socos e chutes Vladimir, alegando busca de informações sobre armas e drogas. Segundo a investigação, o sistema de GPS da viatura apontou que os policias ficaram parados na ponte por 42 minutos, entre 23h16 e 23h58, tempo em que o homem teria sido espancado.

De acordo com a investigação, a policial Dayane da Silva Souza disse que ficou na viatura enquanto o homem estava sendo agredido e que ficou com medo de intervir.

"Não se sentiu capaz de intervir por estar e estar há apenas 1 mês na força tática e que sequer saiu da viatura durante todo o ocorrido, que ficou dentro da viatura durante todo o tempo, mexendo no celular com receio de fazer qualquer coisa. Que nunca tinha passado por nada disso na Brigada Militar", aponta a investigação sobre o depoimento de Dayane.

Vladimir foi abandonado na ponte após os policiais saírem do local. Em seguida, os militares ainda comeram um lanche e pararam em um shopping, local que era abrigo para as vítimas da tragédia climática.

Enquanto isso, a primeira equipe policial passou pela ponte em que Vladimir foi deixado, mas a vítima não recebeu nenhum apoio médico.

Depois de um período, o soldado Maicon Brollo Schlumpf, motorista da viatura da segunda equipe militar, questionou o sargento sobre o estado de saúde da vítima.

Eles decidiram retornar para a ponte e o sargento e o policial Lucas ficaram sozinhos com a vítima, ordenando os outros militares a realizarem patrulha em um local distante da área do crime.

Foi nesse momento que a Vladimir teria sido arremesado da ponte. De acordo com a investigação, o corpo dele percorreu o fluxo da água do Guaíba em direção à Lagoa dos Patos, onde foi encontrado às margens, no dia 19 de maio.

Vítima torturada por 42 minutos e jogada da ponte do Guaíba | imagem cedida ao SBT-RS
Vítima torturada por 42 minutos e jogada da ponte do Guaíba | imagem cedida ao SBT-RS

O exame com luminol, na viatura com os supeitos, evidenciou apresença de sangue e a amostra foi encaminhado para a perícia.

Prisão

O sargento Felipe Adolpho Luiz e o soldado Lucas da Silva estão presos no presídio da Brigada Militar, na zona leste da capital, por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

Os outros três policiais seguem detidos temporariamente: os soldados Maicon Brollo Schlumpf responde por ter deixado de intervir nas agressões, Dayane da Silva Souxa por prevaricação e Bruno Pinto Gomes por omissão de socorro.

Em nota, a defesa dos PMs alegou que a incriminação foi maldosa e fabricada para encobrir os rastos dos verdadeiros assassinos de Vladimir./ os policiais estao presos sem nenhuma justificativa racional.

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