PF investiga policiais civis que investiram em fintech suspeita de lavar dinheiro do PCC
Corregedoria da Polícia Civil quer o compartilhamento de parte do inquérito para investigar agentes envolvidos
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Caio Crisóstomo
A Polícia Federal (PF) investiga policiais civis que investiram na fintech 2 Go Bank, de propriedade do policial afastado Cyllas Elia, que foi alvo de uma operação dos agentes federais em novembro de 2024 e mira existência de um sistema bancário ilegal, comandado por chineses. + Bancos digitais piratas usados para lavar dinheiro movimentaram R$ 7,5 bilhões; PCC era cliente
O complexo sistema bancário ilegal envolvendo bancos digitais movimentou em cinco 5 anos cerca R$ 6 bilhões. As investigações apontam que o grupo operava lavagem de dinheiro e evasão de divisas para pelo menos 15 países.
Os policiais federais encontraram ligação da 2 Go Bank com o PCC (Primeiro Comando da Capital) depois do empresário Vinícius Gritzbach, executado a tiros no aeroporto de São Paulo, delatar que o banco era usado para lavar dinheiro da facção criminosa.
Pela proximidade de Cyllas com policiais civis, a investigação da PF mira também a participação de escrivães, agentes e delegados da Polícia Civil de São Paulo que teriam investido na fintech suspeita de lavar dinheiro.
O SBT News apurou que as informações já chegaram à Polícia Civil, que quer o compartilhamento do inquérito da PF para iniciar um procedimento para responsabilizar os agentes envolvidos.
A reportagem procurou a defesa de Cylla Elia, que não quis se manifestar.
A investigação da morte do delator do PCC também é conduzida pela PF, mas se difere da apuração realizada sobre sistema bancário ilegal, presidida por uma equipe de policiais de Campinas (SP). + Caso Gritzbach: 16 policiais militares são indiciados por envolvimento no assassinato de delator do PCC
Em seu perfil no LinkedIn, Elia aparece como CEO e fundador da 2 Go Bank. O nome dele também aparece nos registros da instituição financeira.