Namorada de motorista de Porsche nega que ele tenha bebido antes de acidente
Jovem prestou depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (9); colisão matou o motorista de aplicativo Ornaldo Viana
A namorada de Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche que matou um motorista de aplicativo no último dia 31, na zona leste de São Paulo, negou que ele tenha ingerido bebida alcoólica antes do acidente. A declaração foi dada na delegacia que investiga o caso, nesta terça-feira (9).
Os policiais do 30º Distrito Policial, do Tatuapé, também queriam saber por que a mulher discutiu com o namorado na saída de uma casa de pôquer. Imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento da suposta briga.
Em um depoimento de quase duas horas, a jovem afirmou que a discussão não aconteceu por ele estar alterado, como disse em depoimento uma amiga que estava com os dois. Segundo ela, os dois brigaram porque Fernando tinha gastado muito dinheiro na casa de pôquer.
Testemunhas que presenciaram a batida disseram que o motorista do Porsche apresentava sinais de embriaguez, tinha a voz pastosa (lenta, arrastada), estava cambaleando e não sabia dizer o que estava acontecendo.
Mas, de acordo com o depoimento da namorada, ele não tinha bebido quando assumiu a direção do Porsche 911 Carrera, avaliado em mais de R$ 1,2 milhão. Na saída do local, na Avenida Salim Farah Maluf, Fernando fez uma ultrapassagem, perdeu o controle do veículo e atingiu o carro de Ornaldo da Silva Viana, motorista de aplicativo de 52 anos. Com a ajuda da mãe, o dono do carro de luxo fugiu do local do acidente e não fez o teste do bafômetro.
Ornaldo foi socorrido, mas morreu no hospital. Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do passageiro do Porsche, ficou ferido. Ele segue internado na UTI do Hospital São Luiz Anália.
O SBT News apurou com a Polícia Civil que o inquérito policial está praticamente concluído. O depoimento de Marcus ainda é esperado, mas não deve acrescentar muitas informações para a investigação. A polícia aguarda, agora, os laudos periciais – principalmente o que vai indicar se Fernando estava em alta velocidade na hora do acidente.
Fernando foi indiciado por homicídio doloso, lesão corporal e fuga do local do acidente. A Justiça negou dois pedidos de prisão preventiva contra o empresário, mas estabeleceu uma série de medidas cautelares a ele. Além de pagar R$ 500 mil de fiança, o dono do Porsche está proibido de dirigir e de deixar o Brasil.