Polícia

Megaoperação mira líderes do tráfico na Favela do Moinho e na Cracolândia, no Centro de SP

Facção criminosa que comandava tráfico na região coagia moradores e agentes públicos que trabalham na reurbanização da comunidade

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Uma megaoperação das Polícias Militar e Civil com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), na manhã desta segunda-feira (8), prendeu oito acusados de chefiar o tráfico de drogas na Favela do Moinho, na região central da capital paulista. A organização criminosa, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), também abastecia a região da Cracolândia.

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Entre os detidos está a irmã de "Léo do Moinho", preso em 2023 e apontado como liderança do PCC. Alessandra Moja se apresentava como líder comunitária, mas segundo as investigações atuava para cumprir ordens do irmão. Também foram presos o homem apontado como sucessor dele no tráfico e o proprietário de um comércio usado para armazenar armas e drogas.

A Operação Sharpe é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, deflagrada em agosto de 2024, que havia desarticulado a logística criminosa da Cracolândia. Na ocasião, hotéis e bares usados para venda de drogas e lavagem de dinheiro foram fechados, além da prisão de agentes públicos envolvidos em atividades ilegais.

As investigações apontam que mesmo presos, líderes do PCC seguiam dando ordens de dentro do sistema prisional. Entre as determinações, estava a coação, por meio de cobranças e ameaças, de famílias da Favela do Moinho que aceitassem sair da comunidade para morar em outro lugar. Segundo os promotores, funcionários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) também eram intimidados, dificultando o reassentamento dos moradores.

Desde abril, o governo de São Paulo e a prefeitura realizam o reassentamento das famílias da comunidade com a Operação Dignidade Comunidade do Moinho. As demolições geraram protestos. Até sexta-feira (5), 537 mudanças foram realizadas, sendo 65 para moradias definitivas. As demais famílias recebem auxílio-moradia de R$ 1,2 mil.

A área, pertencente à União, será cedida ao governo estadual, que planeja construir um parque no local. Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Moinho e oficializou o programa que vai entregar novas moradias para as famílias que serão removidas da comunidade, afirmando que só irá formalizar a cessão do terreno após a conclusão do processo.

Cada família receberá uma carta de crédito de R$ 250 mil para aquisição de um novo imóvel. Do total, R$ 180 mil serão pagos pelo governo federal e R$ 70 mil pelo governo de São Paulo.

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