Lula diz que governo discute reestruturação dos Correios e descarta privatização
Em café da manhã com jornalistas, presidente afirmou que estatal não precisa ser “rainha do lucro”, mas não pode acumular prejuízos
Vicklin Moraes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo federal discute uma reestruturação dos Correios, empresa pública que enfrenta dificuldades financeiras. Segundo Lula, a estatal precisa buscar equilíbrio econômico, além de descartar uma privatização. As declarações foram dadas em um café da manhã com jornalistas realizado em Brasília.
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Siga no Google Discover“Os Correios são uma empresa muito necessária ao Brasil. Eu sempre digo que a empresa pública não precisa ser a rainha do lucro, mas ela não pode ser a rainha do prejuízo”, declarou o presidente.
Lula afirmou que o governo já realizou reuniões para tratar do tema, incluindo um encontro com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e decidiu pela troca do comando da estatal. Segundo o presidente, o novo dirigente foi escolhido por sua experiência e responsabilidade, com a missão de apresentar um diagnóstico detalhado da situação financeira e administrativa da empresa.
“O que tiver que ser mudado será mudado. Vamos alterar cargos, se for necessário, e dar autonomia para que a gestão indique pessoas com competência para fazer os Correios funcionarem”, disse.
Crise nos Correios
Em 21 de novembro, os Correios anunciaram um plano de reestruturação que prevê medidas para recuperar o equilíbrio fiscal, incluindo fusões e aquisições ainda não detalhadas, reorganizações societárias e a venda de ativos e imóveis, com potencial de arrecadar até R$ 1,5 bilhão. A estatal também estuda reduzir até mil pontos de atendimento deficitários e rever gastos com pessoal.
Os Correios registraram lucro recorde de R$ 2,2 bilhões em 2021, mas, segundo a atual gestão, a falta de investimentos estruturais desde então comprometeu a adaptação à nova dinâmica econômica pós-pandemia. Nos últimos quatro anos, as despesas da empresa cresceram 6%.
