Governo do RJ aumenta verba para escolas de samba após incêndio em fábrica de fantasias
Incêndio na capital fluminense deixou 21 feridos; polícia investiga irregularidades em fábrica interditada

Leo Santanna
Após o incêndio que atingiu uma fábrica de fantasias na cidade do Rio de Janeiro e deixou 21 pessoas feridas, o governo do estado anunciou um aumento de repasse de R$ 300 mil para cada uma das três escolas de samba do Grupo de Acesso afetadas. A fábrica foi interditada e está sob investigação.
Peritos da Polícia Civil e técnicos da concessionária de energia do Rio estiveram na fábrica, no dia seguinte ao incêndio. Segundo o delegado Tiago Dorigo, o espaço utilizava ligações clandestinas para obter eletricidade. “A maior parte da energia elétrica que a fábrica usava era oriunda dessas ligações clandestinas”, afirmou.
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O incêndio destruiu quase toda a produção de fantasias das escolas, o que motivou a liberação da verba extra pelo governo do estado para garantir a participação delas no Carnaval carioca.
A empresa, localizada na zona norte da cidade, possuía alvará da prefeitura, mas não tinha autorização do Corpo de Bombeiros. Das 21 vítimas, 12 continuam internadas, sendo nove em estado grave.
O Ministério do Trabalho também abriu uma investigação para avaliar as condições de trabalho na fábrica e assegurar os direitos trabalhistas dos funcionários. A auditora fiscal do trabalho Ana Luiza Horcades destacou a importância de apurar registros trabalhistas, exames médicos e comunicações de acidentes. “Essas pessoas têm direito a gozar desses desdobramentos trabalhistas e previdenciários também.”
O engenheiro Júlio César da Silva, da UERJ, reforçou a necessidade de planos de prevenção de acidentes. “Não temos preparação de rotas de fuga nem instruções de como agir durante um incêndio. Isso vai continuar acontecendo enquanto não houver um plano municipal efetivo de proteção e defesa civil.”