"Eficácia e percepção": GCM que matou secretário foi homenageado no Diário Oficial de Osasco
Nove anos antes do assassinato, Henrique Marival de Sousa e um colega de farda foram elogiados pelo comandante da GCM por impedirem um assalto
Derick Toda
O guarda civil municipal Henrique Marival de Sousa, que matou a tiros o secretário-adjunto de Osasco, Adilson Custódio Moreira, já foi homenageado pelo comandante da GCM, no Diário Oficial da cidade. O assassinato do secretário teria sido motivado por uma mudança na escala de trabalho, na segunda-feira (6).
Guarda civil de 3º classe desde abril de 2015, Henrique e um colega de farda realizavam um patrulhamento, em 2016, quando flagraram dois suspeitos tentando roubar um motociclista parado em um semáforo, em Osasco.
Os agentes correram em direção à dupla de assaltantes e renderam um homem que era foragido da Justiça por homicídio. Ele foi levado para a delegacia e confessou ter usado um simulacro de arma de fogo durante a tentativa de roubo. O comparsa acabou fugindo.
No Diário Oficial, o comandante da GCM Paulo Teixeira declarou que Henrique e o colega "demonstraram eficácia e com a percepção voltada à proteção daqueles que estão sob seus cuidados, prevalecendo a Justiça".
Quase dez anos depois, na segunda-feira (6), Henrique Marival foi convocado pelo secretário para uma reunião. Ao ser informado sobre uma mudança na escala de trabalho, o guarda começou a discutir, sacou a arma e disparou contra o Adilson Custódio Moreira, dentro da Prefeitura de Osasco.
Histórico criminal do guarda civil
Em 2013, antes de entrar na Guarda Civil de Osasco, Henrique Marival foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
O Ministério Público de São Paulo considerou que existiam “indícios de autoria e elementos” para o crime, que prevê pena de 2 a 4 anos de reclusão, e a Justiça o tornou réu, segundo autos do processo acessados com exclusividade pelo SBT.
Em 2016, o Tribunal de Justiça julgou por extinta a possibilidade de pena contra Henrique e, em 2009, arquivou o caso.
O SBT News questionou se a Prefeitura de Osasco e a Guarda Civil analisaram o histórico criminal de Henrique durante o concurso público do agente. Até o momento, não houve resposta.
A defesa do guarda não foi localizada. O espaço segue aberto.