Chefe da Corregedoria Geral da Polícia Civil de SP pede afastamento do cargo
Rosemeire Monteiro de Francisco Ibañez é tia de investigador que foi alvo de operação da PF por suspeita de colaboração com o PCC
SBT News
A chefe da Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibañez, pediu afastamento do cargo nesta sexta-feira (20).
Rosemeire é tia Eduardo Monteiro, investigador da Polícia Civil que foi preso em operação da Polícia Federal por suspeita de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Eduardo e outros delegados são investigados por participar de um esquema que beneficiava a facção criminosa com informações privilegiadas de apurações policiais. Eles teriam recebido milhões em propina e cometido o crime de lavagem de dinheiro.
+ Suspeito de lavar dinheiro para o PCC, presidente da UpBus volta a ser preso em SP
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a delegada se colocou à disposição para seguir em outro setor. A mudança deve acontecer na próxima semana.
Quem é Eduardo Monteiro?
Eduardo Lopes Monteiro é investigador da Polícia Civil e sobrinho da Corregedora Geral da Polícia Civil de São Paulo, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez.
Em delação premiada, Gritzbach afirmou que, quando foi preso pela morte de Anselmo Santa Fausta, o "Cara Preta", em 2022, Monteiro e o delegado Fábio Baena fizeram uma ligação, ainda na viatura, comemorando e afirmando que essa seria uma "cana de bilhões" – em referência à possibilidade de extorsão.
+ Diretor do Deic é afastado do cargo por Tarcísio após delação de Gritzbach apontar corrupção
Monteiro ainda teria recebido, junto com Baena, R$ 1 milhão para livrar César Trujillo, empresário que tem uma loja de carros na Zona Leste de São Paulo, da investigação de homicídio de Santa Fausta. No mesmo inquérito, o investigador e o delegado teriam recebido, cada um, R$ 5 milhões para não prenderem Rafael Maeda, o "Japa", e Danilo, o "Tripa", ambos ligados ao PCC.
O Ministério Público também conseguiu provas de que Monteiro, junto a outros policiais, furtou bens de alto valor (14 relógios de luxo, joias, telefones celulares, computadores, cheques e R$ 20 mil em espécie) durante buscas na casa de Gritzbach. Em uma conversa, encontrada no celular de outro investigador, Monteiro diz para ele: "pega meu relógio". O policial manda uma foto para Monteiro comprovando que estava em frente ao prédio do delator.
Outra prática ilegal realizada por Eduardo Monteiro e descrita pelo Ministério Público foi a "tomada" de um sítio na cidade de Biritiba Mirim (SP), que pertencia a Gritzbach e valia mais de R$ 1,5 milhão. O documento de compra e venda do imóvel havia sido apreendido pelos policiais durante buscas na casa do delator, mas a apreensão não teria sido formalizada. Os policiais teriam extorquido o dono para transferir a posse do imóvel para um terceiro.
+ Caso Gritzbach: empresário citou deputado Olim e diretor do Deic em delação sobre propina
Monteiro é sócio de uma empresa de construções e de uma loja de carros que, segundo o Ministério Público, possivelmente são usadas para lavagem de dinheiro. Na delação, Gritzbach disse que, em uma conversa, o próprio investigador afirmou que, se o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) analisasse suas movimentações financeiras, "ele iria preso".
O Corpo de Bombeiros informa que recebeu 71 chamados para queda de árvores na cidade de São Paulo, nesta sexta-feira (20). Na Região Metropolitana, os bombeiros foram contatados com relatos de 38 quedas de árvores. Não houve vítimas nas ocorrências.