Caso Gritzbach: Prostituição, pôquer e desmanche financiavam policiais civis delatados
Além de propina, Polícia Federal investiga como quadrilha se estruturava financeiramente
Derick Toda
Alan Covas
Casas de apostas, locais de prostituição e desmanches. A Polícia Federal (PF) realizou diligências no dia 10 de janeiro para identificar como a quadrilha formada por policiais civis e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) se estruturava financeiramente.
Eles foram delatados por Vinicius Gritzbach ao Ministério Publico de São Paulo. Primeiro, Gritzbach lavava dinheiro para o PCC, e foi executado acusado de traição. O SBT News teve acesso à investigação federal que tem quase 900 páginas.
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O grupo era formado por cinco policiais civis e três integrantes da facção, envolvidos em corrupção - que vendiam informações privilegiadas - e lavagem de dinheiro. Eles foram presos em dezembro do ano passado, durante a "Operação Tacitus" da PF, Ministério Público e Corregedoria da Polícia Civil de SP e tiveram a prisão prorrogada em janeiro deste ano. São eles:
- Delegado Fábio Baena;
- Investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Roberto Ruggieri, Marcelo Marque de Souza e Rogério de Almeida Felicio;
- Advogado Ahmed Hassan Saleh;
- Empresários Ademir Pereira de Andrade e Robinson Granger de Moura.
O SBT News tenta contato com a defesa dos acusados. O espaço está aberto em caso de manifestação.
Planilha de R$ 518 mil
A equipe da PF aprendeu uma planilha que estava impressa na casa do investigador Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom. O documento, de seis páginas, detalha contatos, nomes e endereços apontados com grandes movimentações financeiras, somadas chegam a R$ 518 mil.
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Segundo o relatório da Polícia Federal, na maioria dos locais investigados "há o desenvolvimento de três atividades comerciais notadamente suscetíveis à obtenção de vantagens indevidadas, como loja de auto peças (desmanches), casas de prostituição e a exploração de jogos de azar (bingo e pôquer)", além de comércios de eletrônicos, bares e restaurantes. Ainda de acordo com a PF, os estabelecimentos estão em nome de outras pessoas.
Poker
- Localizado no Tatuapé, zona leste.
- Empresa possui capital social de R$ 100 mil.
- Atualmente ativa.
Jogos de azar
- Localizado no Tatuapé, zona leste.
- Utilizado para jogos de azar e teve apreensão da Polícia Militar, em 2016.
- Equipe da PF não conseguiu identificar se o local está ativo. No entanto, estacionamento continua funcionando.
Jogos de azar 2
- Localizado no Tatuapé, zona leste.
- Utilizado para aluguel de festas.
- Polícia Civil e Subprefeitura de Aricanduca fecharam um bingo clandestino, em 2007. Na época, foram recolhidos 214 máquinas de caça-níqueis.
Casas de prostituição
- Localizados em uma mesma rua no Tatuapé, zona leste.
- PF não detalha quantia movimentada.
- Estão ativas.
Casa de prostituição 2
- Localizado na Vila Formosa, zona leste.
- Local é utilizado como boate.
- No entanto, PF diz que é uma "casa noturna com indícios de exploração de prostituição, conforme amplamente difundido em fontes abertas, mas dissimulada".
Desmanche
- Jardim Colorado, zona leste.
- Local apontado como desmanche.
No inquérito, PF ressalta que "novas informações podem complementar e compreender pontos necessários".