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Caso Corinthians e Vaidebet: intermediário diz desconhecer movimentação de mais de R$ 1 milhão

Alex Cassundé, que deve ser indiciado em breve por lavagem de dinheiro, deixou brechas em seu depoimento

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A Polícia Civil de São Paulo deve ouvir, na próxima quinta-feira (4), o vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça, sobre as suspeitas de irregularidades no contrato entre o clube e a ex-patrocinadora Vaidebet.

Relatórios do conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do governo federal mostram que o homem que intermediou o contrato movimentou mais de R$ 1 milhão em contas de empresas que seriam controladas por ele, mas que ele diz desconhecer.

Relatórios de inteligência financeira que já estão com a Polícia Civil mostram que a empresa Neoway Soluções Integradas enviou e recebeu dinheiro de outras 20 empresas fantasmas.

A teia criminosa é maior ainda, já que essas empresas fizeram transações financeiras com pelo menos outras 30 organizações de fachada. São, até agora, 50 instituições suspeitas descobertas pela delegacia que investiga lavagem de dinheiro.

A Neoway está no centro do escândalo que decretou o fim do contrato milionário entre o Corinthians e a empresa de apostas esportivas Vaidebet.

Em nome de uma mulher que vive numa área carente de Peruíbe, no litoral paulista, a Neoway recebeu R$ 1,4 milhão da comissão paga pela assinatura do contrato. A remessa, de acordo com a polícia, foi feita pelo empresário Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que recebeu a comissão.

A Polícia Civil pediu, há 15 dias, a quebra do sigilo e o bloqueio das contas da Neoway, mas a Justiça ainda não decidiu se acolhe ou não o requerimento. A demora pode ter causado um prejuízo importante. Os policiais afirmam ter informações de que o dinheiro depositado na conta da Neoway já foi sacado, na boca do caixa, em uma agência bancária.

Alex Cassundé, que deve ser indiciado em breve por lavagem de dinheiro, deixou brechas em seu depoimento na semana passada.

Os relatórios do Coaf revelaram remessas suspeitas, que o empresário teria movimentado e disse apenas "desconhecer". Entre elas, estão 341 depósitos em dinheiro, cujo valor chega a R$ 562.650,00. Cassundé também não soube explicar outros R$ 606.590,00 recebidos de outra empresa considerada suspeita.

Nesta quarta-feira (3), a Polícia Civil vai ouvir Felipe de Lacerda Ferreira, dono da empresa de detetives Vênus, que descobriu onde vive Edna Oliveira dos Santos, a mulher usada como laranja para abertura da empresa Neoway. O escritório do detetive fica a poucos metros da delegacia. Procuramos Felipe durante dois dias, mas ele não estava no escritório.

A polícia quer saber quem contratou a Vênus, mas já sabe que o serviço recebeu o nome de "Operação Armando" - nome do segundo vice-presidente do clube, Armando Mendonça. Para saber se o escândalo foi descoberto graças a um racha na diretoria do Corinthians, a polícia vai ouvir o dirigente do clube na próxima quinta-feira (4).

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