Entenda as denúncias que motivaram a rescisão entre VaideBet e Corinthians
SBT Brasil revela abertura de inquérito para apurar irregularidades no contrato entre clube e patrocinadora; empresa fantasma teria recebido repasses
Ao mesmo tempo em que a principal patrocinadora do Corinthians, a VaideBet, rompia o contrato com o clube, a Polícia Civil de São Paulo passava a investigar as denúncias de irregularidades que motivaram a rescisão.
O inquérito policial foi instaurado, nesta sexta-feira (7), pela delegacia especializada em combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
Investigadores foram ao quarto andar do prédio de número 171 da Avenida Paulista e constataram que a Neoway Soluções Integradas em serviços não existe. Os policiais não encontraram ninguém na sede da empresa.
A Neoway é suspeita de ter recebido dinheiro de uma comissão paga na assinatura do contrato de patrocínio entre o Corinthians e a VaideBet. A casa de apostas investiu R$ 360 milhões pra estampar a camisa do clube por três temporadas.
A denúncia que agora é investigada pela polícia afirma que a empresa Rede Social Media Design foi quem intermediou a assinatura do contrato entre o Corinthians e a VaideBet. O sócio da Rede Social, Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, teria recebido R$ 1,4 milhão de comissão. Parte desse dinheiro foi repassado para a empresa fantasma Neoway. Segundo a Polícia Civil, Cassundé é dono de outras 35 empresas, todas no estado do Ceará. Ele será investigado.
A Polícia Civil também já localizou a mulher de 23 anos que aparece como dona da suposta empresa fantasma. Ela mora em uma casa simples, em Peruíbe, no litoral paulista. Ela foi avisada que terá que prestar depoimento nos próximos dias. A assinatura digital dela teria sido falsificada para abertura da empresa.
Conversamos com a mulher, que cria sozinha três filhos pequenos. Ela está assustada e com medo. Por orientação de um advogado, não gravou entrevista, mas contou que ficou sabendo que teve o nome usado em uma notícia publicada na internet. Perguntada sobre a empresa e o dinheiro, ela responde mostrando as condições em que vive.
O medo da mulher que teria sido usada no golpe dado dentro do Corinthians, se explica também no boletim de ocorrência, registrado por ela, em Peruíbe, no dia 23 de maio. Uma outra mulher esteve lá, no dia 30 de abril, e disse que uma segunda empresa estava registrada no nome dela, e que a tal empresa teria recebido uma transferência de R$ 1 milhã. Os policiais também já identificaram essa mulher e ela será intimada para depor.
Os crimes investigados pela Polícia Civil a partir de agora são falsidade ideológica, falsificação de documentos e apropriação indébita, que devem levar ao mais grave: a lavagem de dinheiro.