Ana Paula Minerato é indiciada por racismo pela Polícia Civil do RJ
Modelo enviou áudios com ofensas contra cantora Ananda; caso foi encaminhado para o Ministério Público

Giovanna Tuneli
Ana Paula Minerato foi indiciada por racismo pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A modelo enviou áudios com os termos "cabelo duro" e "neguinha" para se referir a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca, em novembro do ano passado. O caso ganhou repercussão após as mensagens vazarem em páginas de fofoca.
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Agora, o caso será encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que decidirá se Ana Paula será denunciada à Justiça. A influenciadora e ex-musa da escola de samba Gaviões da Fiel foi enquadrada no art. 2º da Lei 7716/89, que prevê pena de 2 a 5 anos de reclusão para crimes de preconceito de raça e cor.
A delegada Rita Salim, titular da Decradi, informa que "no caso em questão as palavras e expressões utilizadas pela autora reforçam estereótipos negativos, ofensivos e ainda perpetuam desigualdades e injustiças com base nesses fatores, restaram evidenciadas as ofensas de cunho racista".
"Considerando que o racismo é o preconceito contra uma pessoa baseado na sua raça, etnia, cor, religião ou origem. É considerado um crime de ódio, que fere a dignidade de liberdade do ser humano e seu combate é fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária", completa a delegada.
O jornalismo do SBT tenta contato com a assessoria de imprensa de Ana Paula Minerato, mas não teve retorno até o momento em que esta matéria foi publicada.
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O caso
Um áudio atribuído a Ana Paula Minerato que teria sido enviado a um ex-namorado foi divulgado em páginas de fofoca, com termos como "cabelo duro" e "neguinha" para se referir à Ananda. Após o caso de intolerância viralizar, ela foi demitida da Band FM e desligada da Gaviões da Fiel, além de desativar por um tempo as suas redes sociais.
Ana Paula admitiu a autoria dos áudios e se desculpou em uma live publicada nas redes sociais. Ela acusou o ex, KT Gomez, de vazar os áudios, e disse que ele a colocou "contra Ananda". Ela apagou o vídeo depois.
A deputada federal Érika Hilton (PSOL) pediu que o Ministério Público do Estado de São Paulo investigasse o caso. Em janeiro, o órgão arquivou a denúncia por "falta de provas" e a modelo comemorou.