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Polícia

Ação da PM que matou policial civil em São Paulo aconteceu sem ordem de serviço

Investigador da Polícia Civil participava de ação oficial quando foi baleado por sargento da Rota, que tinha uma chave de acesso a ponto de drogas

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A operação da Polícia Militar que terminou com a morte de um investigador da Polícia Civil, na zona sul de São Paulo, não tinha ordem de serviço. O sargento da Rota que efetuou os disparos possuía a chave de um portão que dá acesso a um ponto de venda de drogas na comunidade.

Tudo começou no dia 11 de julho, na favela do Fogaréu, no Capão Redondo. A câmera corporal do sargento Marcus Augusto Costa Mendes, de 25 anos, registrou o momento em que ele chegou ao local. O policial abriu um portão de ferro com uma chave, que, segundo colegas, dá acesso a uma biqueira.

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Cerca de 15 segundos após entrar na favela, Mendes efetuou disparos que atingiram o investigador Rafael Moura da Silva. Rafael participava de uma operação oficial para capturar um suspeito de latrocínio escondido na comunidade.

As imagens mostram que o sargento atirou sem se identificar. Mesmo após ouvir os gritos de Rafael dizendo que era policial, o militar disparou mais duas vezes. No vídeo, o investigador grita: “É polícia!”, seguido por mais tiros disparados pelo sargento. Em seguida, ainda diz: “Eu sou polícia!” e “Polícia, polícia”.

O sargento e o comando da PM afirmaram que Rafael não portava identificação visível. No entanto, as imagens mostram o distintivo pendurado no pescoço do investigador antes da entrada na favela. O objeto também aparece no momento em que ele é retirado, já baleado e recebendo socorro.

Em depoimento, o sargento alegou que encontrou a chave no chão de um escadão e deduziu que ela abriria o portão da biqueira. Também afirmou que estava em patrulhamento padrão e não tinha ordem formal para entrar na comunidade.

O advogado do investigador contesta a versão: “Ele encontrou uma chave em um escadão, logo em seguida sai em disparada em direção ao portão. No vídeo fica claro que ele tem certeza de que a chave abre aquela porta da comunidade.”

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Por decisão judicial, o sargento Mendes e o cabo Robson Santos Barreto foram afastados das atividades nas ruas. Ambos participaram de outra ação na mesma favela, um mês antes, que resultou na morte de um suposto criminoso.

O pai do sargento, Mário Augusto Mendes, que também foi policial militar, está preso, condenado a 23 anos por assassinato.

A Secretaria da Segurança Pública informou que os policiais envolvidos na morte do investigador foram afastados das funções operacionais e que as imagens das câmeras corporais estão disponíveis para a Polícia Civil, o Ministério Público e o Poder Judiciário.

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