Lula defende regulação das redes sociais e diz que big techs ganham dinheiro com mentiras
Com o PL das fake news travado, presidente disse que governo pode enviar ao Congresso outro projeto para regular a atuação de big techs
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (16), a regulação das plataformas de redes sociais que operam no Brasil. Em entrevista à Record, ele afirmou que essas empresas ganham “bilhões” com a disseminação de inverdades e notícias falsas sem o controle necessário.
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Lula ainda defendeu a aprovação do projeto de lei do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que prevê a criação de regras e a regulação do uso das redes sociais, chamado de PL das Fake News.
“Eu sou a favor de que a gente tenha uma regulação. Uma regulação urgente, porque essas empresas não pagam imposto no Brasil. Essas empresas ganham bilhões de publicidade, essas empresas têm muito lucro com a disseminação do ódio nesse país e no mundo inteiro. Então, eu acho que nós temos que tomar uma decisão”, acrescentou o chefe do Palácio do Planalto.
O presidente da República ainda comentou que a falta da regulamentação é um risco para “o mundo inteiro”, pois a falta de regras no meio digital prejudica a “democracia e convivência civilizada”.
“Esse comportamento dessas empresas está favorecendo, simplesmente, a mentira, a discórdia entre os seres humanos. As aberrações que assistimos com relação a questão climática no Rio Grande do Sul. A quantidade de mentira sem nenhum respeito e nenhum pudor. Foram milhões de visualizações, de gente ganhando dinheiro com a desgraça dos outros”, frisou.
Com a proposta de Orlando Silva travada, Lula pontuou que o governo avalia enviar uma nova proposta de regulação das mídias sociais para o Congresso. Ele disse que deve se reunir com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski para discutir como seria essa tramitação, se por medida provisória ou por projeto de lei. Segundo Lula, a regulação das redes é uma “necessidade”.
“Pode ser medida provisória ou projeto de lei, aí precisa discutir com o Congresso qual a melhor opção. [...] Acho que a gente pode construir da mesma forma que conseguimos apoiar uma política tributária depois de 30 anos, com um Congresso ideologicamente adverso, a gente conseguiu aprovar, uma demonstração da importância do diálogo, nós poderemos fazer também com a regulação do funcionamento dessas empresas”, disse Lula.