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Polícia

Dois anos dos assassinatos de Bruno e Dom: governo faz série de homenagens nesta quarta (5)

Indigenista brasileiro e jornalista britânico foram mortos em 2022, no Vale do Javari, na Amazônia

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A Universidade de Brasília (UnB) realizou, homenagem para lembrar um ano do caso em 2023 | Reprodução Valter Campanato/Agência Brasil
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Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, na Amazônia, completam dois anos nesta quarta (5). Para marcar a data, os ministérios dos Direitos Humanos (MDHC) e dos Povos Indígenas (MPI) promovem, em Brasília, homenagens públicas.

Entre as ações, está a projeção de retratos no prédio do MDHC. Também haverá exibição de documentário no Cine Brasília, com a presença das viúvas de Bruno e Dom, Beatriz Matos e Alessandra Sampaio, respectivamente, e cerimônia solene no Memorial dos Povos Indígenas:

  • Mesa redonda “A memória do indigenismo no Vale do Javari a partir da luta dos defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas”, no Cine Brasília — às 14h;
  • Exibição do documentário “Vale dos Isolados: o Assassinato de Bruno e Dom”, no Cine Brasília — às 16h30;
  • Projeção de imagens de Bruno Pereira e Dom Phillips na fachada do MDHC, na Esplanada dos Ministérios — 18h;
  • Ato em memória de Bruno Pereira e Dom Phillips e encerramento, no Memorial dos Povos Indígenas — às 19h30.

Para atividades no Cine Brasília, é necessária inscrição prévia.

Crimes em Atalaia do Norte

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros em 5 de junho de 2022, em Atalaia do Norte (AM). Dom planejava entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para um livro chamado "Como Salvar a Amazônia". Bruno, um indigenista experiente, havia deixado a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2020, e, desde então, trabalhava como consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Era o trabalho de Bruno guiar o jornalista britânico. Corpos foram encontrados em 15 de junho, após a detenção de pelo menos cinco suspeitos.

Já em julho, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo da Costa Oliveira ("Pelado"), Oseney da Costa de Oliveira ("Dos Santos") e Jefferson da Silva Lima ("Pelado da Dinha") por duplo homicídio qualificado e ocultação de corpos. Ruben Dário da Silva Villar ("Colômbia") também foi indiciado por envolvimento no caso.

O processo está em andamento, mas ainda não há data para o julgamento dos principais acusados.

Veja a linha do tempo do caso Bruno e Dom:

  • 1º de junho de 2022 — Phillips chega à Atalaia do Norte (AM);
  • 3 de junho — Ambos embarcam em lancha no rio Ituí, na região conhecida como lago Jaburu, rumo à base de proteção da Funai;
  • 5 de junho — Retorno à Atalaia de manhã. Bruno e Dom não são mais vistos;
  • 6 de junho — Caso ganha repercussão na mídia;
  • 7 de junho — Amarildo Oliveira é detido;
  • 12 de junho — Bombeiros encontram objetos pertencentes a Bruno e Dom. Estavam afundados no rio;
  • 14 de junho — Oseney, irmão de Amarildo, também é detido por suposto envolvimento;
  • 15 de junho — Após "Dos Santos" e "Pelado" terem confessado crime, policiais conseguem localizar restos humanos em local apontado como cenário do crime. Perícia confirma identidade de vestígios em dois dias;
  • 18 de junho — O terceiro suspeito se entrega, Jefferson da Silva Lima;
  • 22 de outubro — Justiça Federal determina que "Colômbia" pode responder o processo em liberdade;
  • 19 de maio de 2023 — PF indicia Marcelo Xavier, ex-presidente da Funai, e Alcir Amaral Teixeira, ex-vice-presidente do órgão, por dolo eventual.
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