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Venezuela condena atentado com explosões em Brasília e expressa solidariedade a Lula

Comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano vem horas depois de embaixador do país no Brasil anunciar que está voltando a Brasília

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Venezuela disse que atentado teve o objetivo de "abalar a paz do governo" brasileiro e suas instituições | Ricardo Stuckert/PR
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A Venezuela condenou, nesta quinta-feira (14), o atentado com explosões ocorrido na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta (13), e manifestou "absoluta solidariedade" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao povo brasileiro.

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A nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores do país diz ainda que o ato teve o objetivo de "abalar a paz do governo" brasileiro e suas instituições.

"Estes acontecimentos [da última noite] demonstram, mais uma vez, o perigo que representa o avanço da onda fascista e antidemocrática que, utilizando as redes sociais e outros mecanismos de comunicação de massa, a extrema direita global tenta inocular no nosso continente para produzir desestabilização e caos social", pontua o comunicado.

A manifestação vem horas depois do embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, anunciar que está voltando a Brasília. Ele havia sido chamado a Caracas pelo governo Nicolás Maduro para consultas; o motivo, segundo o governo venezuelano, foram "recorrentes declarações intervencionistas e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro".

Tensões entre os países

Apesar do histórico amistoso entre Lula e Maduro, as relações se estremeceram ao longo deste ano, mesmo antes da eleição venezuelana, cujo resultado não foi reconhecido pelo Brasil.

Quando a líder da oposição, María Corina Machado, foi impedida de disputar a presidência, o Itamaraty emitiu nota dizendo que acompanhava o pleito com "preocupação". A Venezuela reclamou do posicionamento brasileiro.

Pouco antes da eleição, Maduro disse, sem citar provas, que as eleições no Brasil não são auditadas, em acusação rebatida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Novas crises ocorreram em outubro, quando o Brasil vetou entrada da Venezuela no Brics. O país de Maduro classificou a posição brasileira como "agressão inexplicável". O assessor da presidência brasileira Celso Amorim declarou que "houve uma quebra de confiança" entre os países sobre a eleição no país vizinho.

A Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela chegou a publicar uma imagem com a bandeira do Brasil, referência a Lula e mensagem em tom ameaçador: "Quem mexe com a Venezuela se dá mal". Depois, a publicação foi apagada.

Além disso, houve a convocação do embaixador em Brasília para retornar a Caracas. Uma decisão desse tipo costuma significar descontentamento e indica que um governo não se enxerga como bem-vindo em outro território.

Em nota publicada no dia 1º de novembro, o Itamaraty relatou ter visto com "surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais". Posteriormente, o governo venezuelano repudiou o que chamou de "agressão" do Brasil a Maduro.

Confira a íntegra do comunicado da Venezuela:

A República Bolivariana da Venezuela expressa sua forte condenação aos recentes atentados de 13 de novembro de 2024, ocorridos na Praça dos Três Poderes, na cidade de Brasília, e que visam abalar a paz do Governo e suas instituições, expressando seu absoluta solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a todo o povo brasileiro.

Estes acontecimentos demonstram, mais uma vez, o perigo que representa o avanço da onda fascista e antidemocrática que, utilizando as redes sociais e outros mecanismos de comunicação de massa, a extrema direita global tenta inocular no nosso continente para produzir desestabilização e caos social.

A Venezuela, fiel aos seus princípios de irmandade e fraternidade, continua a trabalhar para que a nossa região seja uma zona de paz e repudia qualquer tentativa que procure destruir a estabilidade e o bem-estar do nosso povo e do mundo.

Caracas, 14 de novembro de 2024

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