Venezuela diz que Brasil "se passa por vítima" em resposta ao comunicado do Itamaraty
Texto de chanceler venezuelano, Yván Gil, fala em "agressão descarada e grosseira" contra Maduro
A Venezuela voltou a criticar o Brasil, neste sábado (2), após o Ministério das Relações Exteriores publicar um comunicado sobre o "tom ofensivo" adotado pelo governo de Nicolás Maduro nos últimos dias.
Segundo o texto do chanceler venezuelano, Yván Gil, o Brasil comete uma "agressão descarada e grosseira" contra o presidente do país e promove uma "campanha sistemática e violadora dos princípios" das Nações Unidas, "se passando por vítima em uma situação na qual agiu claramente como algoz".
A resposta é mais um capítulo da troca de farpas entre os países vizinhos. O Brasil ainda não se manifestou sobre as declarações do ministro venezuelano.
Na última sexta (1º), o Itamaraty publicou um comunicado dizendo que recebe com "surpresa" o tom adotado por autoridades venezuelanas em relação ao Brasil.
"A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo", diz a nota brasileira.
Um dia antes, a policia de Maduro publicou uma foto com a bandeira do Brasil e a frase "Quem se mete com a Venezuela se dá mal" com a silhueta de um homem que aparenta ser o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na mesma semana, a Venezuela também havia convocado seu embaixador em Brasília para retornar ao país.
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A tensão entre os governos de Venezuela e Brasil se acirrou após o governo Lula não reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho e exigir a divulgação das atas da votação.