Trump diz que EUA enviarão sistemas de defesa aérea à Ucrânia
Medida acontece em meio ao descontentamento do republicano com o impasse da Rússia nas negociações de cessar-fogo

Camila Stucaluc
O presidente Donald Trump disse, no domingo (13), que os Estados Unidos enviarão mísseis de defesa aérea para a Ucrânia. A medida, segundo o republicano, acontece em meio ao impasse do líder russo, Vladimir Putin, nas negociações de cessar-fogo mediadas por Washington.
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"Vamos enviar a eles peças de equipamento militar muito sofisticado. Vamos enviar-lhes [o sistema de defesa] Patriot, que eles precisam desesperadamente, porque Putin realmente surpreendeu muita gente. Ele fala bem e depois bombardeia todo mundo à noite. Mas há um problema aí: eu não gosto disso", disse Trump.
O Patriot é um sistema de defesa aérea e antimísseis de longo alcance desenvolvido nos Estados Unidos. Composto por radares e tecnologia de comando e controle, o sistema é usado para interceptar mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro e aeronaves avançadas. Os alcances para a interceptação chegam a 160 km.
Desde 2023, a Ucrânia já vinha utilizando o sistema Patriot para proteger infraestruturas de energia civil contra os ataques russos — sobretudo no inverno. O recurso, no entanto, estava escasso devido à suspensão temporária de envios militares por parte de Washington no início do ano.
Frustração com Putin
Trump vem tentando mediar um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia desde janeiro deste ano, quando assumiu a Casa Branca. Uma trégua de 30 dias já chegou a ser aceita por Kiev, mas não obteve resposta de Moscou, que, apesar de continuar o diálogo com Washington, segue avançando no território ucraniano.
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Na última semana, Trump disse estar insatisfeito com o impasse da Rússia nas negociações e decidiu retomar o envio de armas à Ucrânia. Disse, ainda, que estudaria uma proposta do Congresso para impor novas sanções contra Moscou, visando acelerar o acordo — medida apoiada por Kiev. Autoridades russas criticaram a ação, dizendo que esforços para pressionar a Rússia estão "fadados ao fracasso".