Steve Bannon se declara culpado e evita prisão em caso de fraude

O estrategista conservador Steve Bannon, aliado próximo do ex-presidente Donald Trump, se declarou culpado nesta terça-feira (11) por fraude relacionada à campanha “We Build the Wall” (“Nós Construímos o Muro”), que arrecadou milhões de dólares para a construção privada de um muro na fronteira sul dos Estados Unidos com o México.

Bannon admitiu culpa em um esquema para fraudar doadores como parte de um acordo judicial que o livrou da prisão. Ele recebeu uma sentença condicional de três anos, o que significa que precisará manter-se longe de problemas para evitar punições mais severas.

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Ao sair do tribunal, Bannon ironizou a situação ao afirmar que se sentia “como um milhão de dólares”. Em seguida, ele pediu que a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, investigue Letitia James, procuradora-geral de Nova York, e Alvin Bragg, promotor distrital de Manhattan, a quem ele acusa de perseguição política.

O advogado de defesa de Bannon, Arthur Aidala, classificou a acusação contra seu cliente como fraca e destacou que seu cliente “sempre quer lutar”.

De acordo com a promotoria distrital, Bannon está proibido de arrecadar fundos ou ocupar cargos fiduciários em organizações de caridade com ativos no estado de Nova York. Além disso, ele não poderá utilizar, vender ou possuir dados de doadores da campanha do muro.

O promotor Alvin Bragg afirmou que a resolução do caso garante a proteção das instituições de caridade de Nova York contra fraudes.

O caso contra Bannon foi iniciado após um perdão presidencial concedido por Trump, em 2021, anular acusações federais similares. No entanto, perdões presidenciais não se aplicam a crimes estaduais, permitindo que o escritório do promotor de Manhattan levasse o caso adiante.

Durante a investigação, promotores apresentaram e-mails em que Bannon sugeria que a arrecadação de fundos era um golpe e que os doadores estavam investindo em algo inviável. Outros envolvidos no esquema, Brian Kolfage e Andrew Badolato, se declararam culpados e foram condenados à prisão.

Bannon já havia cumprido uma pena de quatro meses de prisão no ano passado por desacato ao Congresso, ao se recusar a cooperar com a investigação sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.