Soldado de Israel que estava em férias no Brasil deixa o país após denúncia
Entidade acionou Justiça que determinou à PF que investigasse viagem de suspeito de crimes de guerra na Faixa de Gaza
SBT News
Um soldado israelense que passava férias no Brasil deixou o país neste domingo (5), após a Justiça Federal determinar abertura de investigação. Suspeito de envolvimento em crimes de guerra na Faixa de Gaza, o membro das Forças de Defesa de Israel (FDI) foi denunciado por uma entidade internacional.
No dia 3 a juíza federal Raquel Soares Charelli, no Distrito Federal, determinou que a Polícia Federal (PF) investigasse a presença do soldado, que estaria em férias no Brasil.
+ Representantes de Israel e Hamas se reúnem para negociar cessar-fogo em Gaza
A emissora de TV estatal de Israel informou neste domingo (5) que o soldado deixou o Brasil, após saber da decisão judicial.
A Fundação Hind Rajab (HRF) identificou o soldado como um suspeito de crime de guerra e acionou a Justiça brasileira. A entidade combate crimes contra a humanidade e de guerra e violações de direitos humanos, na Palestina.
Segundo o informe, o soldado teria participado de um ataque em uma área residencial na Faixa de Gaza, em novembro de 2024. A fundação classificou de histórica a decisão da judicial brasileira.
"Em um acontecimento jurídico histórico, as autoridades brasileiras tomaram medidas decisivas em relação a uma denúncia criminal contra um soldado israelense que atualmente está de turismo no Brasil", registrou informe da fundação em seu site, no dia 31.
+ Guerra em Gaza: população palestina reduziu 6% desde o início dos conflitos entre Israel e Hamas
A Embaixada de Israel afirmou, em nota, que a ação da fundação na Justiça brasileira é parte de uma "narrativa anti-Israel" difundida pelo Hamas, grupo extremista palestino.
"O peticionário representa uma organização estrangeira e está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal", registra a nota.
"Israel está exercendo seu direito à autodefesa após o massacre brutal cometido pelo Hamas em 7 de outubro. Todas as operações militares em Gaza são conduzidas em total conformidade com o direito internacional."
Leia a íntegra da nota da Embaixada de Israel:
"Os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses.
Israel está comprometido em facilitar e garantir a transferência de ajuda humanitária para Gaza. Essa ajuda é entregue diretamente através das fronteiras de Israel, em coordenação com as autoridades relevantes.
Por mais de duas décadas, uma campanha global tem como alvo Israel e os soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), utilizando denúncias legais para avançar objetivos políticos. Notavelmente, em março de 2023, antes do conflito atual, autoridades do Hamas reconheceram abertamente em uma conferência em Gaza o uso estratégico de artifícios legais para promover os objetivos da organização.
O peticionário representa uma organização estrangeira e está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal."