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Senado dos EUA aprova pacote de cortes de impostos de Trump

Projeto que pode acrescentar US$ 3,3 trilhões à dívida dos EUA agora segue para a Câmara, onde votação promete ser disputada

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O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (1º) o amplo projeto de lei de cortes de impostos e gastos proposto pelo presidente Donald Trump, apelidado de "Big Beautiful Bill" (grande e bela lei, numa tradução livre). A proposta foi aprovada apesar de divisões internas no partido sobre o impacto previsto de US$ 3,3 trilhões na dívida nacional.

Mesmo com o Senado sob controle republicano, a votação foi acirrada. Após uma longa sessão que atravessou a madrugada, o desempate coube ao vice-presidente J.D. Vance. Os três republicanos que votaram contra o projeto foram Thom Tillis (Carolina do Norte), Susan Collins (Maine) e Rand Paul (Kentucky).

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O projeto de lei ainda precisa voltar à Câmara, onde terá de ser aprovado novamente antes que Trump possa sancioná-lo. A dificuldade para os republicanos não deve diminuir, já que o partido conta com uma maioria estreita de 220 a 212.

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O presidente da Câmara, Mike Johnson, já havia alertado os senadores para não se desviarem muito do que a casa já havia aprovado. No entanto, o Senado realizou mudanças, especialmente no Medicaid — programa que oferece acesso a planos de saúde mais baratos para milhões de americanos —, o que pode gerar mais atritos. Os parlamentares correm para concluir o projeto até 4 de julho, dia da Independência dos EUA, prazo estabelecido por Trump.

O texto propõe, entre outros pontos, estender os cortes de impostos de 2017, do primeiro mandato de Trump, reduzir outros tributos e aumentar os gastos com defesa e segurança nas fronteiras.

Alvo de críticas por parte dos democratas, que alertam para os impactos nos programas sociais, a proposta também causou uma ruptura entre Trump e o bilionário Elon Musk.

Musk, que chefiou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) no início do governo Trump, classificou o projeto como uma aberração. Em publicação no X nesta semana, ele criticou novamente o pacote fiscal e ameaçou fundar um novo partido para enfrentar os republicanos nas próximas eleições.

"Todo membro do Congresso que fez campanha para reduzir os gastos do governo e imediatamente votou no maior aumento da dívida da história deveria abaixar a cabeça de vergonha! Se o projeto de lei de gastos insanos for aprovado, o Partido da América será formado no dia seguinte. E eles perderão as primárias no próximo ano, mesmo que seja a última coisa que eu faça na Terra", publicou Musk.

Em resposta, Trump atacou os subsídios recebidos pelas empresas de Musk. "Elon pode receber mais subsídios do que qualquer ser humano na história, de longe, e sem subsídios, Elon provavelmente teria que fechar a loja e voltar para casa na África do Sul. Não há mais lançamentos de foguetes, satélites ou produção de carros elétricos, e nosso país economizaria uma fortuna."

Questionado sobre a possibilidade de deportar Musk, Trump desconversou, mas não afastou a ideia.

"Não sei (se vai deportar Musk), acho que vamos ter que dar uma olhada nisso. Talvez a gente tenha que colocar o Doge em cima do Elon. Sabe o que é o Doge? O Doge é o monstro que talvez tenha que voltar e comer o Elon. Não seria terrível?", ironizou o presidente.
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