Rússia prorroga por três meses detenção de jornalista norte-americano preso por espionagem
Tribunal decidiu que profissional ficará detido até 30 de junho; Washington pede libertação
O Tribunal da Cidade de Moscou prorrogou, por três meses, a prisão preventiva do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal. O profissional está detido desde 2023 e enfrenta acusações de espionagem, que, se confirmadas, podem resultar em até 20 anos de prisão. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (26).
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Na audiência, o Tribunal concordou com uma decisão judicial anterior, determinando que Gershkovich permaneça preso até o dia 30 de junho. Para a embaixadora dos Estados Unidos, Lynne Tracy, que compareceu à sessão, o caso “não é sobre provas, mas trata-se de usar cidadãos americanos como peões para alcançar fins políticos”.
Evan Gershkovich foi detido no dia 30 de março de 2023, em Yekaterinburg. O governo russo alega que o jornalista estava tentando obter informações classificadas, ação vista como espionagem. Em nota, o Wall Street Journal negou as alegações do Kremlin e pediu a liberação imediata do profissional. O mesmo foi feito pelo governo norte-americano.
"Jornalismo não é crime. Condenamos a contínua repressão do Kremlin a vozes independentes na Rússia e sua guerra contínua contra a verdade, disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, reforçando que o governo fornecerá todo o apoio necessário para que Gershkovich retorne ao país.
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Segundo ele, acredita-se que a prisão de Gershkovich seja mais uma jogada da Rússia, que detém perfis de importância nacional para impulsionar um "pool de troca". Em 2022, por exemplo, Moscou prendeu a jogadora de basquete Brittney Griner, acusada de porte de drogas e contrabando. Ela foi trocada pelo traficante de armas russo Viktor Bout.