Procuradora do caso Epstein é demitida pelo Departamento de Justiça dos EUA
Demissão de Maurene Comey reacende polêmica em torno do bilionário e pressiona governo norte-americano por novas investigações
SBT Brasil
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos demitiu a procuradora federal que atuou nos casos do bilionário Jeffrey Epstein. Ele aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual envolvendo menores de idade quando foi encontrado morto na prisão, em 2019.
Maurene Comey foi a procuradora principal na investigação contra Epstein, acusado de construir uma rede de tráfico sexual de meninas no início dos anos 2000. As denúncias envolviam nomes conhecidos, como o príncipe Andrew, da família real britânica.
O empresário era conhecido por circular entre membros da elite e por manter proximidade com o ex-presidente Bill Clinton e com Donald Trump. Epstein morreu na prisão em Nova York, em 2019. Segundo a polícia, ele cometeu suicídio.
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O caso voltou aos holofotes depois que o governo Trump desistiu de divulgar documentos relacionados ao processo, o que havia sido uma promessa de campanha do republicano. A demissão da procuradora responsável pelo caso estampou as capas dos principais jornais norte-americanos nesta quinta-feira. O Departamento de Justiça não informou o motivo da decisão.
"Não entendo por que eles estariam tão interessados. Ele morreu há muito tempo, nunca foi um fator importante em termos de vida. Não entendo qual é o interesse ou o fascínio. Realmente não entendo. E as informações confiáveis já foram dadas... É um assunto bem chato. É sórdido, mas é chato, e não entendo por que continua acontecendo", disse Trump.
"Mas informações confiáveis, deixem que as deem. Qualquer coisa que seja confiável, eu diria, deixem que elas tenham", completou o presidente norte-americano.
Epstein chegou a ser citado por Elon Musk após deixar o governo em desentendimento com Trump. Musk escreveu que o nome do presidente constava nos arquivos do inquérito, mas apagou a publicação no dia seguinte.
O caso Epstein vem provocando tensões dentro do partido do presidente norte-americano. Aliados de Trump pressionam para a nomeação de um procurador especial, mas, segundo a Casa Branca, isso não vai acontecer. A porta-voz informou que o Departamento de Justiça e o FBI não encontraram novas evidências.
Essas informações constam em um memorando divulgado neste mês, que confirma a ausência de listas incriminatórias de clientes do bilionário. Apesar disso, uma pesquisa da agência Reuters, recém-publicada, mostra que sete em cada dez norte-americanos acreditam que o governo está escondendo detalhes sobre os clientes de Epstein.