Polícia Civil realiza operação contra lavagem de dinheiro de facção no Rio
Mais de R$ 630 milhões foram bloqueados em ação que atingiu três estados e revelou esquema comandado por chefes da facção

Mateus Koelzer
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou uma grande operação para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado à maior facção criminosa do estado, o Comando Vermelho. A ação mobilizou dezenas de agentes e resultou no bloqueio de R$ 630 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e empresas.
Ao todo, foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Minas Gerais.
Segundo as investigações, o esquema era comandado por Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, e Carlos da Costa Neves, o Gardenal. Ambos são apontados como os principais responsáveis por movimentar e ocultar recursos financeiros da facção. Para isso, utilizaram nomes de pessoas físicas e jurídicas, que foram alvos das buscas realizadas nesta terça-feira.
No centro da estrutura financeira está Wenceslau Batista Oliveira Neto. De acordo com a Polícia Civil, ele era o responsável por receber, concentrar e movimentar grandes volumes de dinheiro em contas bancárias próprias e de empresas de fachada.
Em imagens obtidas pelos investigadores, Wenceslau aparece dentro de uma agência da Caixa Econômica Federal com bolsas contendo dinheiro. Ele é visto realizando depósitos em várias contas diferentes. A estratégia usada envolvia o envio de valores em pequenas quantias, transferidas para contas de terceiros em diversos estados do país, com o objetivo de dificultar o rastreamento da origem dos recursos — prática típica de lavagem de dinheiro.
Segundo a polícia, o objetivo final do esquema era reintroduzir os valores no sistema financeiro legal. Os recursos eram usados para financiar a compra de drogas, armas, veículos, imóveis e a manutenção do domínio territorial da facção.









