Vídeos de ostentação com motos roubadas levam polícia a suspeitos de apologia ao crime em SP
Publicações em redes sociais motivaram operação da Polícia Civil que apreendeu motos de luxo e identificou cinco investigados
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo contra roubos de motos de luxo, na zona leste, foi iniciada a partir de vídeos publicados em redes sociais, principalmente no TikTok. As imagens mostram criminosos exibindo os veículos. Tinha de tudo: de motos sem placa à ostentação nos bailes funk.
A partir da quebra de sigilos telemáticos, a polícia desvendou a origem das postagens para tentar chegar aos criminosos. A surpresa foi que alguns desses vídeos, publicados recentemente, mostram bandidos que já estavam presos. Os investigadores se depararam com uma rede que, em busca de curtidas e seguidores, divulgava o trabalho dos ladrões.
Por ordem da Justiça, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão contra cinco pessoas suspeitas de apologia ao crime. “Eles têm essa consciência, só que acreditavam que não estavam cometendo nenhum crime”, afirmou o delegado Filipe Soares.
A polícia apreendeu três motos, entre elas uma BMW, que vão passar por perícia. Os investigados confessaram a publicação dos vídeos. Eles foram ouvidos e liberados. A apologia ao crime não é considerada um delito grave, e os investigados devem fazer um acordo na Justiça.
O maior problema, segundo a polícia, é o efeito de vídeos como esse em crianças e adolescentes. “Aquela moto que foi roubada tem mancha de sangue. A pessoa pode ter morrido, pode ter perdido tudo que tinha. Não é um videozinho de dança para a internet, feito para lacrar, como é dito”, completou o delegado.
E isso não é apenas um bonito discurso. É realidade. Como mostram fotos apreendidas por policiais em outras investigações: crianças armadas, em motos roubadas, à espera de nenhum futuro.
