Oposição da Coreia do Sul promete pedir impeachment de presidente por lei marcial
Políticos disseram que medida será tomada caso Yoon Suk Yeol não renuncie ao cargo
Camila Stucaluc
A oposição da Coreia do Sul prometeu iniciar um processo de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, nesta quarta-feira (4), caso ele não renuncie ao cargo imediatamente. A decisão foi tomada após o líder decretar a lei marcial no país – que foi revogada poucas horas depois devido à forte oposição parlamentar.
“Não ficaremos de braços cruzados assistindo ao crime do presidente Yoon de destruir a Constituição e atropelar a democracia. O presidente Yoon deveria renunciar imediata e voluntariamente”, disse o Partido Democrata.
Para abrir o processo de impeachment contra Yoon, é necessário que mais de dois terços dos 300 membros da Assembleia Nacional votem a favor. Uma vez que a medida é aprovada, um julgamento é realizado no Tribunal Constitucional. Se seis dos nove membros da Corte sustentarem o impeachment, o presidente é destituído do cargo.
Além da ameaça de impeachment, Yoo sofre pressão do próprio partido, o Poder Popular, que pediu que o presidente rompa com a sigla e que todo o seu gabinete, assim como o ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, renunciem aos cargos.
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Com cartazes dizendo “restaure a democracia”, cidadãos sul-coreanos já começaram a ir às ruas para pedir a renúncia de Yoo. Legisladores e membros da oposição também se reuniram do lado de fora da Assembleia Nacional. Enquanto isso, a maior confederação sindical do país disse que ficará em greve até que o presidente renuncie.
Crise política na Coreia do Sul
Yoo está enfrentando inúmeros pedidos de renúncia após decretar a lei marcial, alegando querer conter o movimento pró-Coreia do Norte no país. A medida, revogada horas depois devido à oposição parlamentar, suspendia os direitos civis, limitava a atuação da imprensa e das Forças Armadas ao governo e substituía as leis por normas militares.
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Esta foi a primeira vez que a lei marcial foi declarada na Coreia do Sul em mais de quatro décadas, alarmando os aliados. Os Estados Unidos, por exemplo, inicialmente expressaram profunda preocupação com a declaração, e um posterior “alívio” com o fim da medida. O mesmo foi feito pelo Reino Unido, que pediu uma “solução pacífica para a situação”.