Ofensiva russa faz Ucrânia reduzir idade de alistamento militar para 25 anos
Tropas locais começaram a enfrentar dificuldades na linha de frente devido à escassez de armas e soldados
Camila Stucaluc
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou, na terça-feira (2), o projeto de lei que reduz de 27 para 25 anos a idade de alistamento militar no país. A medida, aprovada pelos parlamentares em maio de 2023, expande o número de civis que o Exército pode mobilizar para lutar sob a lei marcial – em vigor desde 2022.
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Segundo o Parlamento ucraniano, há 11,1 milhões de homens entre 25 e 60 anos no país, mas apenas 3,7 milhões estão "aptos" ao serviço militar. Os demais (cerca de 300 mil) já estão na linha de frente, foram feridos, deixaram o país ou são profissionais de funções essenciais, como atendimento médico e manutenção de infraestruturas.
Zelensky já vinha considerando aumentar a idade de alistamento militar, mas afirmando que só assinaria o texto se recebesse um argumento “forte o suficiente para fazê-lo”.
Neste ano, as tropas ucranianas começaram a enfrentar dificuldades nas linhas de frente, sobretudo devido à escassez de armas, dando espaço para o avanço da ofensiva russa no país. Em fevereiro, por exemplo, os russos anunciaram a conquista da cidade de Avdiivka, no leste do país, depois da retirada do exército ucraniano. A vitória representou o primeiro ganho territorial significativo para Moscou desde maio de 2023.
Desde então, as tropas russas estão avançando, mesmo que lentamente, no campo de batalha, resultando num cenário positivo para o Kremlin. Sergei Shoigu, ministro da Defesa, afirmou que irá reforçar as forças militares na Ucrânia, adicionando dois novos exércitos combinados e 30 novas formações, incluindo 14 divisões e 16 brigadas.
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O temor de um avanço maior da Rússia fez com que Zelensky aumentasse os apelos para que parceiros ocidentais forneçam mais armas e apoio financeiro. "A tarefa comum atual do mundo é derrubar a fantasia doentia do [presidente russo Vladimir] Putin de ter tempo suficiente para continuar a guerra. É possível que ele intensifique a mobilização", disse.