Mundo deve ultrapassar limite de aquecimento nos próximos meses, alertam cientistas
Marca deve provocar consequências extremas para meio ambiente e humanidade
Cientistas europeus estimam que, nos próximos meses, a temperatura global deve ultrapassar o limite de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, estipulado pelo Acordo de Paris. A observação foi publicada na terça-feira (9), no mesmo relatório em que os estudiosos confirmaram que 2023 foi o ano mais quente já registrado da história.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O cenário é preocupante, uma vez que o aquecimento acima da meta pode provocar consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade. Cientistas das Nações Unidas (ONU) já mostraram, por exemplo, que a maior parte dos recifes de coral do planeta desaparecerão, podendo ser extintos caso o mundo fique 2ºC mais quente.
Outra consequência é o derretimento em maior velocidade e irreversível das geleiras, fazendo com que o nível do mar suba constantemente por centenas de anos. O cenário pode fazer com que cidades costeiras como Santa Mônica, na Califórnia, e Rio de Janeiro, no Brasil, fiquem completamente submersas, desaparecendo do mapa.
A previsão é que a ultrapassagem do limite de aquecimento em 2024 não seja permanente, sobretudo devido ao enfraquecimento do fenômeno meteorológico El Niño. Com isso, a Terra deve voltar para temperaturas 1,2ºC ou 1,3ºC mais quentes que as pré-industriais. Caso o mundo volte a ultrapassar o limite até 2030, os danos serão irreversíveis.
+ Influência humana está presente em 80% dos estudos de mudanças climáticas
James Hansen, cientista norte-americano e primeiro a declarar, em 1980, que o aquecimento global já havia começado, projeta que o mundo ficará 2ºC mais quente já na próxima década. Para evitar a catástrofe, os países devem cortar pelo menos 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, avançando na transição energética.