Mudanças climáticas podem levar 5,9 milhões de crianças e jovens à pobreza na América Latina, diz ONU
Relatório aponta que Nordeste do Brasil está entre áreas mais críticas; até 17,9 milhões de jovens podem ser afetados até 2030

Beto Lima
Relatório divulgado nesta semana pela Comissão Econômica da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pela Unicef revelou que as mudanças climáticas podem empurrar 5,9 milhões de crianças, adolescentes e jovens da região para a pobreza até 2030.
O estudo analisou 18 países, incluindo o Brasil, e alertou que a situação pode se agravar caso não sejam tomadas medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
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Se nada for feito, o número pode triplicar e atingir 17,9 milhões de jovens, todos com menos de 25 anos. O relatório também apontou que a falta de financiamento climático e a ausência de políticas de adaptação aumentam a vulnerabilidade dessa população.
O Nordeste do Brasil aparece como uma das áreas mais críticas do continente, ao lado do Cone Sul e do "corredor seco" da América Central. Essas regiões estão mais expostas aos efeitos da seca, enchentes e outros fenômenos extremos que afetam diretamente a vida das famílias e a segurança alimentar.
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Segundo dados oficiais, a América Latina e o Caribe são responsáveis por cerca de 8% das emissões globais de gases do efeito estufa, mas estão entre as regiões mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.