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Líder do golpe de Estado em Madagascar, Randrianirina toma posse como presidente

Ex-líder Andry Rajoelina, impichado depois que fugiu para o exterior, condenou a tomada de poder e se recusou a renunciar

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Coronel Michael Randrianirina toma posse em Madagascar 17/10/2025 | Foto: REUTERS/Siphiwe Sibeko
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O líder do golpe em Madagascar, coronel Michael Randrianirina, foi empossado como presidente na sexta-feira (17), sob aplausos, trombetas e espadas erguidas, dias depois de assumir o controle da nação insular após protestos liderados por jovens que forçaram a saída de seu antecessor.

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O ex-líder Andry Rajoelina, a quem os parlamentares aplicaram impeachment depois que ele fugiu para o exterior no fim de semana, condenou a tomada de poder e se recusou a renunciar enquanto estava no exílio, apesar das deserções generalizadas nas forças de segurança e de a Alta Corte Constitucional ter ratificado a tomada de poder pelo Exército poucas horas depois de ter acontecido.

A União Africana e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenaram o golpe, que ocorreu após semanas de protestos da "Geração Z", inicialmente desencadeados pela grave e crônica escassez de energia e água.

"Cumprirei de forma plena, completa e justa as altas responsabilidades do meu cargo de presidente da República de Madagascar", disse Randrianirina em uma cerimônia na Alta Corte Constitucional, um prédio de tijolos vermelhos da era colonial com janelas francesas, arcos segmentados e balaustradas de pedra.

"Juro que exercerei o poder que me foi confiado e dedicarei todas as minhas forças para defender e fortalecer a unidade nacional e os direitos humanos", acrescentou, antes que os oficiais militares levantassem espadas e tocassem trombetas para marcar a entrega.

Embora muitos dos jovens tenham aplaudido a saída de Rajoelina, que chegou ao poder em um golpe de 2009, alguns já estão expressando dúvidas sobre a rapidez com que o Exército interveio para preencher o vácuo de poder.

Manifestantes da Geração Z que compareceram para comemorar a posse do novo líder militar não consideraram seu trabalho concluído.

"Ainda não", disse a estudante Mioty Andrianambinintsoa, de 18 anos, do lado de fora do tribunal, enquanto os dignitários vestidos com as cores vermelha, verde e branca da bandeira do país passavam por ela em direção aos jipes. "Esta é uma etapa. Nossos objetivos não foram alcançados."

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Perguntado sobre quais eram esses objetivos, o colega manifestante Francko Ramananvarivo, 23 anos, afirmou: "Nosso objetivo é ser liderado por um governo que esteja próximo do povo. Ainda não chegamos lá".

Randrianirina disse que um comitê liderado pelos militares governará por até dois anos ao lado de um governo de transição antes de organizar novas eleições.

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