EUA vão propor parceria com o Brasil contra crime organizado, diz Haddad
Intenção foi discutida após ligação entre Lula e Donald Trump; proposta deve integrar PF, Receita e Coaf a órgãos norte-americanos

Reuters
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (4) que os Estados Unidos irão enviar uma proposta formal de parceria com o Brasil no combate ao crime organizado.
A iniciativa surge após o pedido do país norte-americano por acesso a documentos sobre operações de combate a grupos criminosos, feito após um telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump.
Segundo Haddad, a expectativa é que a cooperação deixe de ser “formal e burocrática” e passe a funcionar com integração direta entre as autoridades dos dois países.
“Eles vão encaminhar uma proposta de parceria, justamente para que essa relação deixe de ser uma relação formal, burocrática”, disse o ministro após reunião com o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar.
Haddad afirmou que ainda não há data prevista para o envio da proposta norte-americana. Mesmo assim, disse ter saído “muito animado” com a conversa.
“Senti entusiasmo da parte dele. Ele está otimista em relação ao que o governo norte-americano está propondo agora”, afirmou.
Por que o tema foi levado aos EUA?
A reunião foi marcada a pedido dos Estados Unidos, depois que o governo brasileiro enviou uma carta ao país reforçando a urgência de ampliar a cooperação bilateral contra o crime organizado.
A carta foi enviada após a ligação entre Lula e Trump, na terça-feira, quando o presidente brasileiro ressaltou a importância de ações conjuntas.
De acordo com Haddad, a proposta envolve a integração entre a Polícia Federal (PF), Receita Federal e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
As instituições brasileiras devem trabalhar diretamente com suas equivalentes nos EUA para investigar redes criminosas transnacionais.
Casos sob investigação
Haddad informou que 15 fundos de investimento no exterior estão sendo investigados por crimes ligados à ocultação de patrimônio.
O tema ganhou força após a operação deflagrada na semana passada contra a refinaria privada Refit. A Receita Federal apontou transações suspeitas envolvendo empresas registradas em Delaware, estado norte-americano que permite abertura de empresas com anonimato, não exige tributação local e é frequentemente associado a mecanismos de lavagem de dinheiro e blindagem patrimonial.
Segundo a Receita, essas entidades aparecem com frequência em investigações financeiras.









