Polícia

Site que vende encontros com jovens asiáticos é investigado por exploração sexual

Polícia de São Paulo apura se plataforma usa a estética dos doramas para favorecer prostituição e aplicar golpes em mulheres

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Um site que vende encontros românticos com jovens asiáticos - que lembram os astros das séries coreanas de sucesso - está na mira da Polícia de São Paulo. A suspeita é de favorecimento à prostituição.

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São jovens charmosos e que chamam a atenção não só nas redes sociais. Eles seguem a mesma estética dos doramas, histórias românticas que têm mexido com o imaginário das mulheres. E também serviram de inspiração para o crime, disfarçado de um catálogo de boas experiências.

O site investigado oferece pacotes com passeios por cafés coreanos, sessão de fotos no estilo dorama, jantar em churrascaria coreana tradicional e até encontros íntimos em motel ou em casa, com direito a massagem sensual. A reserva pode ser feita pelo WhatsApp e o pagamento ocorre na hora do encontro.

As informações do site chegaram à Associação Brasileira dos Coreanos, que desconfiou desse tipo de serviço.

“Nós recebemos isso com um misto de surpresa e tristeza. Porque muitos elementos da cultura coreana estão sendo usados para provavelmente fazer golpes em mulheres, né? Então é uma situação bastante triste, porque, como comunidade, a gente tenta passar uma imagem positiva para a comunidade brasileira e alguém está tentando dar um golpe”, disse Bruno Kin, presidente da Associação Brasileira dos Coreanos.

O criador do site se apresenta como Rikito Morikawa, de 23 anos, nascido no Japão. Ele se declara modelo internacional e empresário, fluente em quatro idiomas. No site, alega que transporta a magia dos doramas para a vida real, para que a pessoa viva cada cena como a verdadeira protagonista. O agenciador estaria convocando rapazes de origem asiática para oferecer a “experiência”.

O alerta partiu do Consulado-Geral da República da Coreia, que está apurando o caso. Com base nas provas e no depoimento colhido até agora, já foi possível identificar o crime de exploração sexual. A denúncia será encaminhada à polícia e ao Ministério Público de São Paulo.

Crime de favorecimento à prostituição e exploração

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Monique Lima, ao menos dois crimes estão sendo cometidos nesse caso. O primeiro é o favorecimento à prostituição. “É um crime por si só você inserir ou dificultar a saída do indivíduo da prostituição.”

O segundo crime é o de rufianismo — ou seja, tirar proveito da prostituição de uma pessoa. “Se a gente está pegando uma parcela da remuneração dele, esse é o crime de rufianismo. É a conduta que ocorre com o cafetão, gigolô, que é quando o indivíduo tira proveito ou vive da prostituição alheia.”

O site continua no ar. A reportagem do SBT tentou entrar em contato com Rikito Morikawa, mas ele não respondeu às mensagens. A informação é que ele não está mais no Brasil.

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