Cultura

Culinária coreana conquista o Brasil e pedidos por delivery disparam em 2025

Pedidos de comida sul-coreana cresceram 430% no iFood desde 2020; crescimento acompanha a expansão cultura e do entretenimento do país

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Bibimbap e Kimchi estão entre os pratos mais pedidos. | Freepik
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A popularização da cultura sul-coreana chega também ao paladar. Um levantamento do iFood, empresa de entregas, mostra que brasileiros estão buscando mais pratos sul-coreanos que de outras culinárias tradicionais. Os pedidos na plataforma cresceram 430% nos últimos cinco anos, atingindo o auge em 2025, com mais de 235 mil registros.

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São Paulo lidera o ranking de estados e municípios mais interessados na comida sul-coreana nesse período. O hot dog coreano é o recordista de vendas, seguido pelo frango apimentado agridoce, o kimchi (conserva de acelga fermentada e temperada com pasta de pimenta, alho e gengibre) e o bibimbap (arroz branco com vegetais salteados, carne, ovo e molho de pimenta).

Os dados são reflexo do investimento expressivo da Coreia do Sul na exportação de sua cultura, desde a música à televisão e à gastronomia.

Hallyu: onda coreana

A Coreia do Sul é muito associada ao K-pop, gênero musical que é um dos pilares da economia do país e fez grupos como BTS e Black Pink tornarem-se fenômenos globais. Também por isso, sua cultura atrai públicos mais jovens.

Assim como o K-pop, os K-dramas – ou doramas (novela dramática) – são parte da "Hallyu" ("onda coreana", em português), termo usado para descrever o processo de popularização mundial da cultura do país a partir da década de 1990.

A estudante Barbara Bigas, de 22 anos, se mudou na adolescência para o bairro paulistano Bom Retiro. A região abriga diversos estabelecimentos coreanos, resultado de uma onda migratória nos anos 1960, durante a Guerra da Coreia. O interesse pela cultura e o idioma logo levou à gastronomia. "Todo sábado, durante um ano inteiro, eu comia comida coreana. Era um grande evento na minha semana", conta.

Foi com a música e as novelas que a também estudante Amanda Oliveira, de 20 anos, se encantou pela comida sul-coreana. "Eu experimentei primeiro um churrasco acompanhado de kimchi. Era muito ardido, lembro de ficar em desespero", ri.

Da pimenta ao agridoce

As duas destacam o uso da pimenta como uma das grandes diferenças entre a culinária sul-coreana e a brasileira. Enquanto os brasileiros costumam temperar a comida com alho e cebola, os sul-coreanos cozinham principalmente com gochujang (pasta de pimenta), doenjang (pasta de soja fermentada), molho de soja e óleo de gergelim.

Outra prática comum é a mistura de ingredientes doces e salgados. Por exemplo, para preparar o burgogui, prato tradicional agridoce, a carne deve ficar por 12 horas imersa em um molho que leva açúcar e maçã.

Para Barbara, esses temperos dão um sabor característico à comida sul-coreana, que em sua percepção, é mais leve que a brasileira. "Toda vez que eu como, me sinto saciada de um jeito diferente. Não me sinto estufada ou cheia, como se tivesse comido uma feijoada, por exemplo."

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