Polícia

Exclusivo: Motorista que arrastou ex-namorada em SP já havia sido preso com arma israelense

Preso por tentativa de feminicídio, Douglas Alves da Silva tem histórico de porte de arma de uso restrito e chegou a pagar fiança antes de acordo com a Justiça

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O motorista preso após atropelar e arrastar a ex-namorada por mais de um quilômetro, em São Paulo, já havia sido detido dois anos antes portando uma pistola israelense de uso restrito das forças de segurança. O SBT teve acesso, com exclusividade, aos documentos e imagens da prisão anterior de Douglas Alves da Silva, de 26 anos.

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Douglas foi preso pela primeira vez em 5 de setembro de 2023, em um boliche localizado na zona norte da capital. Pessoas que estavam no local suspeitaram que ele e um amigo estivessem armados e acionaram a Polícia Militar.

Durante a abordagem, os policiais encontraram uma pistola calibre 9 mm, de fabricação israelense e uso restrito, na cintura de Douglas.

O amigo dele, Tiago Lima Diógenes, confessou aos policiais que havia outra arma no veículo estacionado do lado de fora do boliche. No carro, os PMs localizaram **mais uma pistola escondida no assoalho.

Douglas foi levado ao 73º Distrito Policial, a mesma delegacia que agora investiga o caso envolvendo Tainara Souza Santos, vítima do atropelamento ocorrido no último sábado.

Armas teriam sido compradas no Paraguai

Aos policiais, Douglas afirmou que as armas haviam sido compradas no Paraguai, pelo valor de aproximadamente R$ 13 mil. Durante a investigação, a Polícia Civil confirmou que uma das pistolas foi vendida em uma loja na região de Chaco, a cerca de 40 quilômetros da fronteira com o Brasil.

Douglas e Tiago chegaram a ser presos em flagrante, mas foram liberados após audiência de custódia. Douglas pagou fiança de sete salários mínimos, equivalente a R$ 9.240.

Apesar da gravidade, o Ministério Público denunciou os dois apenas por porte ilegal de arma, crime cuja pena varia de dois a quatro anos de reclusão. Como nenhum dos dois tinha antecedentes criminais, a Promotoria ofereceu um acordo judicial. Douglas pagou multa de dois salários mínimos e ficou livre.

Como ele já havia depositado sete salários mínimos de fiança, o valor foi compensado, e Douglas ainda recebeu de volta cerca de R$ 6.600.

Confissão foi registrada em audiência

Para firmar o acordo, Douglas também precisou confessar o crime. A audiência foi gravada:

_Você estaria portando uma arma de fogo de uso restrito, uma CZ calibre 9 milímetros. Você confessa a prática desse crime?, questionou a promotora.

_ Sim, são verdadeiros os fatos, respondeu o acusado.

Depois de circular livremente pelas ruas armado com uma pistola de uso restrito, Douglas voltou ao noticiário nacional, agora, acusado de arrastar uma mulher pelo asfalto, em um caso que chocou o país e reacendeu debates sobre violência contra a mulher e a aplicação da lei penal.

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