Israel limita entrada de mantimentos em Gaza alegando que Hamas não devolveu corpos de reféns

Israel atrasou a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e manteve fechada a fronteira do enclave nesta terça-feira (14). Três autoridades israelenses confirmaram à agência Reuters que o governo decidiu restringir a entrada de suprimentos e adiar a abertura da fronteira com o Egito, ao menos até quarta-feira (15).

A atitude é em resposta à demora do Hamas em entregar os corpos de reféns mortos. O grupo afirmou que a localização deles tem sido difícil.

Autoridades israelenses dizem que o grupo descumpriu o acordo de cessar-fogo, no qual se comprometeu a libertar todos os 48 reféns, mortos ou vivos, que estavam em Gaza. Até o momento, o Hamas entregou quatro caixões e libertou 20 reféns vivos.

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Também nesta terça-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que levará tempo para entregar os restos mortais de reféns e detentos mortos na guerra entre Israel e Hamas, chamando isso de um "enorme desafio", dadas as dificuldades de encontrar corpos em meio aos escombros de Gaza.

"Esse é um desafio ainda maior do que a libertação das pessoas vivas. Esse é um desafio enorme", disse o porta-voz do CICV, Christian Cardon, acrescentando que poderia levar dias ou semanas e que há a possibilidade de eles nunca serem encontrados.

Ainda não há aumento de ajuda em Gaza, dizem agências humanitárias

Enquanto isso, agências da ONU e a própria CICV disseram que Gaza ainda não recebeu ajuda necessária para aliviar a fome após dois anos de conflito.

"A mudança ainda não aconteceu. Ainda estamos testemunhando apenas alguns caminhões chegando e grandes multidões se aproximando desses caminhões de uma forma que não está em conformidade com os padrões humanitários", disse o porta-voz do CICV, Christian Cardon, a repórteres em Genebra.

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O COGAT (coordenação e facilitação da ajuda humanitária para Gaza) havia informado que cerca de 600 caminhões de ajuda humanitária deveriam entrar em Gaza diariamente após o cessar-fogo. No entanto, o presidente turco Tayyip Erdogan disse que apenas cerca de 350 caminhões acessaram Gaza nos últimos dias.

Ainda segundo agências da ONU, toda a ajuda até o momento tem passado pelas regiões sul e central de Kissufim, enquanto os pontos de entrada localizados no epicentro da crise humanitária, no norte de Gaza, permanecem fechados.