Israel confirma identidade de 2 dos 4 reféns mortos devolvidos pelo Hamas
Bipin Joshi e Guy Illouz foram sequestrados em 7 de outubro de 2023 e morreram enquanto estavam em cativeiro na Faixa de Gaza

Camila Stucaluc
O Centro Nacional de Medicina Forense de Israel confirmou, nesta terça-feira (14), a identidade de dois dos quatro reféns mortos entregues pelo Hamas. Trata-se de Bipin Joshi e Guy Illouz, que já tiveram os corpos liberados para enterro.
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Segundo o órgão, Bipin Joshi, à época com 22 anos, trabalhava em uma fazenda no kibutz Alumim, no sul de Israel, quando foi sequestrado pelo Hamas, durante os ataques de 7 de outubro de 2023. A suspeita é que ele tenha sido assassinado nos primeiros meses de guerra, enquanto estava em cativeiro na Faixa de Gaza.
No caso de Guy Illouz, acredita-se que a morte tenha ocorrido devido à falta de tratamento médico adequado aos ferimentos enquanto estava em cativeiro. Ele tinha 26 anos quando foi sequestrado pelo grupo extremista, durante o festival de música Nova.
Os outros dois corpos devolvidos pelo Hamas ainda passarão por processo de identificação. A lista divulgada pelo grupo aponta que as vítimas são Yossi Sharabi, morto em janeiro de 2024 aos 53 anos, e Daniel Peretz, um soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) morto durante os ataques do 7 de outubro e que teve o corpo levado para Gaza.
Ao todo, 24 reféns mortos ainda precisam ser entregues pelo Hamas, conforme estipulado no acordo de paz assinado com Israel. Inicialmente, o grupo teria 72 horas para devolver os corpos, mas esse prazo pode aumentar. Isso porque os militantes afirmaram que os locais de sepultamento das vítimas eram desconhecidos e que levaria tempo para localizá-los.
Para acelerar o processo, a porta-voz do Gabinete do Primeiro Ministro, Shosh Bedrosian, anunciou que um comitê internacional irá auxiliar nas buscas pelos reféns. “Agiremos para localizar todos esses reféns o mais rápido possível, e faremos isso como um dever sagrado de responsabilidade comunitária”, disse ela.
A libertação dos corpos faz parte da primeira fase do acordo de paz — mediado pelos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia. Além dos mortos, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos na segunda-feira (13), em troca de 250 palestinos condenados e 1.700 detidos em Israel.
Próximos passos
Após o Hamas concluir a entrega dos corpos, a primeira fase do acordo de paz estará concluída, abrindo caminho para a saída das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Enquanto isso, as organizações reforçam a entrada de ajuda humanitária na região, que deverá ser desmilitarizada nos próximos meses.
Enquanto um novo governo não é firmado, o enclave palestino será administrado por uma gestão internacional temporária, chamada de “Conselho da Paz”. O grupo será chefiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros líderes e ex-chefes de Estado, e composto por palestinos qualificados. O Hamas, por sua vez, não terá participação.
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Outros pontos do acordo de paz incluem a criação de um plano de desenvolvimento para reconstruir e revitalizar a Faixa de Gaza; o estabelecimento de uma zona econômica especial com tarifas preferenciais e taxas de acesso negociadas; e a garantia de segurança por parceiros regionais, que deverão impedir o Hamas e outras facções de descumprirem os termos do acordo.