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Israel lança ataques aéreos sobre Damasco e atinge Ministério da Defesa sírio

País prometeu destruir as forças do governo sírio que atacam as comunidades drusas no sul da Síria e pediu a retirada delas

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Ataques aéreos de Israel danificaram o Ministério da Defesa e atingiram local perto do palácio presidencial em Damasco, na Síria, nesta quarta-feira (16). Tel Aviv prometeu destruir as forças do governo sírio que atacam as comunidades drusas no sul da Síria e pediu a retirada delas.

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Os ataques marcaram uma escalada israelense contra a administração islâmica do presidente interino Ahmed al-Sharaa e ocorreram apesar do estreitamento dos laços com os Estados Unidos e da evolução dos contatos de segurança do governo dele com Israel.

Descrevendo os novos governantes da Síria como jihadistas mal disfarçados, Israel afirmou que não permitirá que eles desloquem forças para o sul da Síria e prometeu proteger a comunidade drusa da região contra ataques.

Dezenas de pessoas foram mortas esta semana na violência dentro e nos arredores da cidade predominantemente drusa de Sweida, colocando combatentes da minoria drusa contra forças de segurança do governo e membros de tribos beduínas.

Repórteres da Reuters ouviram aviões de guerra sobrevoando a capital e desencadeando uma série de ataques maciços. Colunas espessas foram vistas saindo do Ministério da Defesa no centro da cidade.

As Forças Armadas israelenses atingiram a entrada do quartel-general militar em Damasco e um alvo militar próximo ao palácio presidencial, informou uma autoridade militar israelense. Israel não permitirá um massacre de drusos na Síria, disse a autoridade.

Feridos

O Ministério da Saúde da Síria disse que os ataques em Damasco feriram 13 pessoas, informou a agência de notícias estatal.

A autoridade militar israelense disse que as forças sírias não estavam impedindo os ataques aos drusos e são parte do problema.

O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que os militares israelenses "continuarão a operar vigorosamente em Sweida para destruir as forças que atacaram os drusos até que eles se retirem completamente".

O presidente Sharaa está enfrentando grandes desafios para recompor a Síria diante da profunda desconfiança dos grupos que temem o domínio islâmico -- desconfiança exacerbada pelos assassinatos em massa da minoria alauíta em março.

As tropas do governo sírio foram enviadas para a região de Sweida na segunda-feira para acabar com os combates entre combatentes drusos e homens armados beduínos, mas acabaram entrando em conflito com as próprias milícias drusas.

Moradores de Sweida contatados por telefone disseram que estavam escondidos dentro de casa enquanto os combates continuavam na quarta-feira.

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"Estamos cercados e ouvimos os combatentes gritando... estamos muito assustados", disse um morador de Sweida que foi contatado por telefone.

O barulho de tiros intercalados por explosões podia ser ouvido ao fundo. "Estamos tentando manter as crianças quietas para que ninguém possa nos ouvir", acrescentou o homem, pedindo para não ser identificado por medo de represálias.

Os drusos são seguidores de uma religião que é uma ramificação do Islã e estão espalhados entre a Síria, o Líbano e Israel.

Um líder espiritual druso disse na terça-feira que sua comunidade estava sendo submetida a um ataque bárbaro pelas forças do governo. O governo diz que gangues ilegais são responsáveis pela violência.

Os militares israelenses disseram que continuaram a atacar alvos do "regime sírio" no sul da Síria, incluindo tanques e caminhonetes com metralhadoras em direção a Sweida.

A Rede Síria de Direitos Humanos informou que 169 pessoas foram mortas na violência desta semana. Fontes de segurança estimam o número de mortos em 300. A Reuters não conseguiu verificar os números de forma independente.

O enviado dos EUA para a Síria, Tom Barrack, que elogiou os novos governantes da Síria e declarou em maio que a paz era possível entre a Síria e Israel, condenou a violência contra civis em Sweida.

"Todas as partes devem recuar e se engajar em um diálogo significativo que leve a um cessar-fogo duradouro. Os agressores precisam ser responsabilizados", disse ele.

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