Israel identifica corpo de refém devolvido pelo Hamas
Eliyahu Margalit foi morto pelo grupo em 7 de outubro de 2023, enquanto trabalhava em uma fazenda no Kibutz Nir Oz

Camila Stucaluc
O Centro Nacional de Medicina Forense de Israel confirmou, neste sábado (18), a identidade do refém morto entregue pelo Hamas na noite passada. Trata-se de Eliyahu Margalit, conhecido por familiares e amigos como Churchill.
Segundo o órgão, Eliyahu foi morto pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, aos 75 anos, enquanto trabalhava em uma fazenda no Kibutz Nir Oz, no sul de Israel. Seu corpo foi levado à Faixa de Gaza pelos militantes, que confirmaram sua morte cerca de dois meses depois, em 1º de dezembro.
Uma das filhas de Eliyahu, identificada como Nili, também foi sequestrada pelo Hamas no mesmo dia. Ela foi libertada após 55 dias de cativeiro, durante o cessar-fogo temporário assinado pelo grupo e Israel, em novembro de 2023.
Pelas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) prestaram solidariedade aos familiares. “Representantes da IDF informaram à família do refém Eliyahu Margalit que seu ente querido foi devolvido para o enterro. A IDF compartilha a dor da família, continua a investir todos os esforços no retorno dos reféns falecidos e está se preparando para continuar implementando o acordo.”
Eliyahu é o 9º dos 28 reféns mortos que serão entregues pelo Hamas, conforme estipulado no acordo de paz assinado com Israel. Inicialmente, o grupo teria 72 horas para devolver os corpos, mas o prazo aumentou. Isso porque os militantes afirmaram que os locais de sepultamento das vítimas eram desconhecidos e que levaria tempo para localizá-los.
Para acelerar o processo, a porta-voz do Gabinete do Primeiro Ministro, Shosh Bedrosian, anunciou que um comitê internacional irá auxiliar nas buscas pelos reféns. “Agiremos para localizar todos esses reféns o mais rápido possível, e faremos isso como um dever sagrado de responsabilidade comunitária”, disse ela.
A libertação dos corpos faz parte da primeira fase do acordo de paz — mediado pelos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia. Além dos mortos, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos na última segunda-feira (13), em troca de 250 palestinos condenados e 1.700 detidos em Israel.
Próximos passos
Após o Hamas concluir a entrega dos corpos, a primeira fase do acordo de paz estará concluída, abrindo caminho para a saída das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Enquanto isso, as organizações reforçam a entrada de ajuda humanitária na região, que deverá ser desmilitarizada nos próximos meses.
Enquanto um novo governo não é firmado, o enclave palestino será administrado por uma gestão internacional temporária, chamada de “Conselho da Paz”. O grupo será chefiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros líderes e ex-chefes de Estado, e composto por palestinos qualificados. O Hamas, por sua vez, não terá participação.
+ Após assinatura de acordo, Trump anuncia reconstrução de Gaza
Outros pontos do acordo de paz incluem a criação de um plano de desenvolvimento para reconstruir e revitalizar a Faixa de Gaza; o estabelecimento de uma zona econômica especial com tarifas preferenciais e taxas de acesso negociadas; e a garantia de segurança por parceiros regionais, que deverão impedir o Hamas e outras facções de descumprirem os termos do acordo.