Publicidade

Israel enfrenta novas críticas por ataques em Rafah que mataram 45 pessoas

A ofensiva deste domingo (26) foi uma das mais mortais do conflito, aumentando o número total de palestinos mortos

Israel enfrenta novas críticas por ataques em Rafah que mataram 45 pessoas
Cidade de Rafah é bombardeada | Reprodução/@KufiyyaPS
Publicidade

Israel está sob nova críticas por ataques na cidade de Rafah, no sul de Gaza, neste domingo (26), que, segundo autoridades de saúde locais, resultaram na morte de pelo menos 45 palestinos. Entre os mortos estão pessoas deslocadas que viviam em tendas que foram incendiadas. As informações são da agência de notícias Associated Press (AP).

+ Ataques aéreos de Israel deixam pelo menos 35 mortos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza

A crescente crítica internacional à guerra de Israel contra o Hamas inclui manifestações de aliados próximos, como os Estados Unidos, que expressaram indignação com as mortes de civis. Israel defende que cumpre o direito internacional, embora esteja sob escrutínio de tribunais internacionais, um dos quais recentemente exigiu a suspensão da ofensiva em Rafah.

Israel afirmou que está investigando as mortes de civis e que o alvo era uma instalação do Hamas, onde foram mortos dois militantes seniores do grupo. O ataque de domingo à noite, considerado um dos mais mortais da guerra, elevou o número total de mortos palestinos para mais de 36.000, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao Hamas, que não distingue entre combatentes e civis em sua contagem.

"O estado das pessoas que resgatamos era insuportável", disse Mohammed Abuassa, que ajudou no resgate em Tel al-Sultan. "Encontramos crianças em pedaços, jovens e idosos. O fogo no acampamento era devastador."

O Ministério da Saúde de Gaza informou que cerca de metade dos mortos eram mulheres, crianças e idosos. Nesta segunda-feira (27), crianças descalças continuavam a vasculhar os destroços carbonizados em busca de sobreviventes.

Reações internacionais e críticas crescentes

A França, um aliado próximo de Israel, manifestou indignação com a violência. "Essas operações devem parar. Não há áreas seguras em Rafah para civis palestinos. Exijo respeito total ao direito internacional e um cessar-fogo imediato", escreveu o presidente Emmanuel Macron no X.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores, Josep Borrell, expressou-se "horrorizado" nesta segunda-feira (27) com o ataque.

"Horrorizado com as notícias vindas de Rafah sobre os ataques israelenses que mataram dezenas de pessoas deslocadas, incluindo crianças pequenas", escreveu Borrell em uma publicação na rede social X (antigo Twitter). Ele acrescentou: "Condeno este ato com a maior veemência".

"Não há lugar seguro em Gaza. Esses ataques devem cessar imediatamente. As ordens do TIJ (Tribunal Internacional de Justiça) e o DIH (Direito Internacional Humanitário) devem ser respeitadas por todas as partes", declarou Borrell.

Rafah, na fronteira com o Egito, abrigava mais de um milhão de pessoas deslocadas de outras partes de Gaza. Desde o início deste mês, quando Israel lançou uma incursão na cidade, a maioria dessas pessoas fugiu novamente, vivendo agora em acampamentos improvisados e insalubres.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel deve destruir os últimos batalhões do Hamas em Rafah. No domingo, o grupo lançou foguetes em direção ao centro de Israel, ativando sirenes de alerta, mas sem causar feridos.

O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, alertou que bombardeios como o de Rafah terão repercussões duradouras. "Israel está enraizando ódio que afetará futuras gerações. Preferiria outra abordagem," disse à SKY TG24.

+ Papua-Nova Guiné estima que 2 mil pessoas estão soterradas após deslizamento

Impactos nas negociações de paz

O Qatar, mediador nas negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas, afirmou que os ataques complicam as negociações, que têm sido marcadas por impasses devido às demandas do Hamas por uma trégua duradoura e retirada das forças israelenses, condições rejeitadas publicamente por Israel.

Egito e Jordânia, que mantêm tratados de paz com Israel há décadas, também condenaram os ataques. O Ministério das Relações Exteriores do Egito classificou o ataque em Tel al-Sultan como uma "flagrante violação do direito humanitário internacional", enquanto a Jordânia o chamou de "crime de guerra".

A principal autoridade jurídica militar de Israel, Maj. Gen. Yifat Tomer-Yerushalmi, afirmou que as autoridades estão investigando os ataques e lamentou a perda de vidas civis. Em uma conferência de advogados israelenses, ela revelou que Israel iniciou 70 investigações criminais sobre possíveis violações do direito internacional, incluindo a morte de civis, as condições em uma instalação de detenção para suspeitos de militância palestina e mortes sob custódia israelense.

Israel alega que possui um judiciário independente capaz de investigar abusos, mas grupos de direitos humanos criticam a falta de investigações completas e as punições leves para soldados responsáveis por violência contra palestinos.

Negando as acusações de genocídio feitas pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, Israel contestou a ordem do tribunal para cessar a ofensiva em Rafah, decisão que não pode ser aplicada. O promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional busca mandados de prisão contra Netanyahu, o ministro da Defesa Yoav Gallant e três líderes do Hamas por crimes relacionados à guerra.

+ Netanyahu volta a rejeitar condições do Hamas para libertação de reféns

Israel afirma que cumpre as leis da guerra e enfrenta um inimigo que se embute em áreas civis e não liberta reféns incondicionalmente. O conflito começou com um ataque do Hamas em 7 de outubro, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e na captura de aproximadamente 250 reféns. O Hamas ainda detém cerca de 100 reféns e os restos mortais de outros 30, após a maioria dos reféns terem sido libertados durante um cessar-fogo no ano passado.

Cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiram de suas casas, enfrentam fome severa, e partes do território estão em estado de fome, segundo funcionários da ONU.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Mundo
Rafah
Israel
Palestina
Hamas
Benjamim Netanyahu
Emmanuel Macron
Ataque
Guerra
Morte
condenação

Últimas notícias

Homem branco chicoteia vítima e é preso por racismo e tortura

Homem branco chicoteia vítima e é preso por racismo e tortura

Crime foi registrado em Itaúna, interior de Minas Gerais; agredido tem família e não vive em situação de rua
Empresário cai em golpe e perde castelo inflável gigante durante transporte

Empresário cai em golpe e perde castelo inflável gigante durante transporte

Brinquedo é considerado o maior da América Latina; caso foi registrado no interior de SP
Imposto de Renda: Receita libera consulta a lote da malha fina nesta sexta-feira

Imposto de Renda: Receita libera consulta a lote da malha fina nesta sexta-feira

Cerca de 220 mil contribuintes vão dividir R$ 558,8 milhões; consulta é feita na página da Receita Federal
Policial militar atira em vizinha durante confusão no Amapá

Policial militar atira em vizinha durante confusão no Amapá

Crime foi registrado em Mazagão e PM foi preso em flagrante; vítima fraturou a perna
Brasil Agora: Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda

Brasil Agora: Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda

Acompanhe principais notícias do dia no programa matinal do site SBT News; assista no YouTube!
PF comprovou presença de "kids pretos" executores de plano de atentado contra Moraes em reunião com Braga Netto

PF comprovou presença de "kids pretos" executores de plano de atentado contra Moraes em reunião com Braga Netto

Mapa de localização, mensagens e delação mostram que cabeças da operação "Copa 2022" estiveram no local indicado para discutir ataque
SP: Apagão surpreende bairro da Liberdade e afeta moradores e comerciantes

SP: Apagão surpreende bairro da Liberdade e afeta moradores e comerciantes

Falta de energia elétrica durou pelo menos quatro horas e forçou o fechamento antecipado do comércio
FALSO: Post sobre limusine da Tesla criada para Trump foi feito por perfil de paródias de Elon Musk

FALSO: Post sobre limusine da Tesla criada para Trump foi feito por perfil de paródias de Elon Musk

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em plano golpista orquestrado por militares
Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Carnes e sucos tiveram aumentos entre 12% e 19%, impactando diretamente o custo das ceias de fim de ano; Azeite foi o maior vilão, com 21,3% de alta
Publicidade
Publicidade