Netanyahu volta a rejeitar condições do Hamas para libertação de reféns
Proposta incluía fim da guerra e retirada total das tropas israelenses de Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou as exigências feitas por Yahya Sinwar, líder do Hamas, nas negociações para a libertação de reféns. Em comunicado divulgado no domingo (26), o premiê se opôs a acabar com a guerra na Faixa de Gaza, a retirar das tropas israelenses do enclave e a deixar o Hamas “intacto”.
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“O primeiro-ministro Netanyahu opõe-se fortemente a isto. As informações fornecidas pela equipa de negociação apenas endurecem a posição do Hamas, prejudicam as famílias e atrasam a libertação dos nossos reféns”, disse o gabinete do premiê.
As negociações entre Israel e Hamas vêm sendo mediadas há meses por líderes internacionais. O principal objetivo do governo israelense é recuperar os mais de 120 reféns detidos pelo Hamas em outubro de 2023, durante o ataque que deu início à guerra em Gaza. Já o grupo extremista espera por um cessar-fogo temporário.
Parece haver um consenso entre a maioria sobre os princípios do acordo, o cessar-fogo deve ocorrer em paralelo à libertação dos reféns israelenses e dos prisioneiros palestinos – assim como acordado na primeira trégua temporária. Várias versões do acordo já foram elaboradas, mas os diálogos continuam enfrentando impasse de ambas as partes.
Ataque em Rafah
Enquanto as negociações não saem do papel, o exército israelense segue avançando pela cidade de Rafah, no sul de Gaza. No domingo (26), pelo menos 35 palestinos foram mortos durante um ataque em uma área designada para deslocados. Profissionais de saúde disseram que os bombardeios aéreos atingiram tendas de ajuda humanitária.
O ataque ocorreu dois dias após o Tribunal Internacional de Justiça ter ordenado a Israel que pusesse fim à ofensiva militar em Rafah, último abrigo de 1,5 milhão de palestinos.
Ao todo, a guerra entre Israel e Hamas já deixou pouco mais de 37 mil mortos, sendo 1,2 mil em Israel e 36 mil em Gaza. O número de óbitos deve aumentar, uma vez que 80% dos 2,3 milhões de habitantes do enclave estão deslocados e quase toda a população está enfrentando casos de insegurança alimentar aguda grave.