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Israel convoca reservistas e prepara ofensiva contra Gaza em meio a negociações por cessar-fogo

O plano aprovado pelo gabinete de segurança israelense prevê a mobilização de cinco divisões no enclave

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Israel x Hamas: segundo um oficial militar, os reservistas só devem se apresentar em setembro, o que abre uma janela de tempo para as negociações - REUTERS/Ronen Zvulun
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As Forças Armadas de Israel convocaram dezenas de milhares de reservistas nesta quarta-feira (20), em preparação para uma ofensiva contra a Cidade de Gaza. A medida ocorre enquanto o governo israelense avalia uma nova proposta de cessar-fogo após quase dois anos de guerra.

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Segundo um oficial militar, os reservistas só devem se apresentar em setembro, o que abre uma janela de tempo para as negociações. O plano aprovado pelo gabinete de segurança israelense prevê a mobilização de cinco divisões no enclave. Apesar disso, a maioria dos convocados não deve atuar diretamente nos combates.

"Entraremos em uma nova fase de combate: uma operação gradual, precisa e direcionada na Cidade de Gaza e em seus arredores, atual reduto do Hamas", afirmou a autoridade.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta pressão de aliados de extrema-direita de sua coalizão, que rejeitam qualquer cessar-fogo temporário e defendem a continuidade da guerra até a anexação de Gaza.

Já a comunidade internacional e aliados históricos de Israel pedem que o governo reavalie a ofensiva, temendo o impacto humanitário.

Negociações de cessar-fogo

Nessa terça (19), autoridades de Israel afirmaram estar estudando a resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O possível acordo prevê uma trégua de 60 dias e a libertação de metade dos reféns israelenses ainda mantidos no enclave.

Os esforços para interromper os combates ganharam impulso na última semana, depois que Israel anunciou planos para uma nova ofensiva em Gaza. O Egito e o Catar têm pressionado pela retomada das negociações indiretas entre as partes, em torno de um plano de cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos.

A proposta inclui a libertação de 200 condenados palestinos presos em Israel e um número não especificado de mulheres e menores presos, em troca de 10 reféns vivos e 18 reféns mortos de Gaza, de acordo com uma autoridade do Hamas.

Duas fontes de segurança egípcias confirmaram os detalhes e acrescentaram que o Hamas também solicitou a libertação de centenas de detentos de Gaza. A proposta também inclui uma retirada parcial das forças israelenses, que atualmente controlam 75% de Gaza, e a entrada de mais ajuda humanitária no enclave, onde uma população de 2,2 milhões de pessoas está enfrentando cada vez mais a fome.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, disse que o acordo de trégua de 60 dias incluiria "um caminho para um acordo abrangente para encerrar a guerra".

A guerra em números

O conflito começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram comunidades no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando 251 reféns.

Desde então, mais de 62 mil palestinos morreram, segundo autoridades de saúde de Gaza, que afirmam que a maioria das vítimas eram mulheres e crianças.

Atualmente, Israel acredita que 20 reféns ainda estejam vivos. O Hamas aceitou uma trégua de 60 dias, com a libertação de parte deles em troca da soltura de prisioneiros palestinos. Tel Aviv, no entanto, exige a libertação de todos os 50 reféns restantes de uma só vez.

Enquanto negociações seguem, Israel intensificou os ataques nos arredores da Cidade de Gaza. Um bombardeio realizado durante a madrugada matou ao menos 19 pessoas, segundo autoridades locais.

A maioria da população da Faixa de Gaza – cerca de 2,3 milhões de habitantes antes da guerra – já foi deslocada várias vezes e vive em áreas superlotadas ao longo da costa do Mediterrâneo.

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