Crise de moradia expõe avanço da população de rua em Londres
Segundo governo britânico, quase 8 mil pessoas dormem ao relento no país; 32% entraram nessa situação apenas neste ano, quando o total de sem-teto aumentou 5%
SBT Brasil
Nas ruas de Londres, uma realidade cada vez mais evidente desafia a imagem de prosperidade da capital de um dos países mais ricos do mundo: o número crescente de pessoas em situação de rua. A crise habitacional, impulsionada pelo custo de vida recorde e pela insuficiência de políticas públicas, tem levado britânicos e imigrantes à mesma condição de vulnerabilidade.
Greg, ex-ajudante de cozinha, e Rob, ex-militar, estão entre os rostos que se tornaram comuns nas calçadas londrinas. Eles relatam que não podem se afastar de seus pertences nem para ir ao banheiro sem correr o risco de perder tudo. “Se você deixa suas coisas aqui, pra ir ao banheiro, por exemplo, a prefeitura joga tudo no lixo”, dizem.
Em meio ao cenário vibrante de uma cidade conhecida pela vida cultural intensa, esse é um dos lados mais tristes de Londres e que também reúne trajetórias de diferentes países. Ana Rodrigues, jornalista mineira que atua há quatro anos em uma instituição filantrópica voltada à população em situação de rua, relata a diversidade de histórias que acompanha diariamente.
Segundo ela, muitos estrangeiros chegam ao Reino Unido em busca de uma vida melhor, mas se deparam com dificuldades inesperadas. Uma brasileira acompanhada pela instituição, que preferiu não falar com a reportagem, vive há meses nas ruas e não fala inglês. Para Ana, a nacionalidade pouco importa.
Os dados confirmam a deterioração. Segundo o governo britânico, quase 8 mil pessoas dormem ao relento no país, e boa parte delas está concentrada em Londres. Trinta e dois por cento entraram nessa condição apenas neste ano, quando o total de sem-teto aumentou 5%.
Ao mesmo tempo, um número recorde de 132 mil pessoas precisou recorrer, em 2025, a acomodações temporárias fornecidas pelo governo. Ainda assim, a rede de apoio é insuficiente para conter a escalada de pessoas vivendo nas ruas.









