Hamas reitera compromisso com cessar-fogo em Gaza após ameaça de Israel
Grupo disse, no entanto, que acordo deve ser respeitado por ambas as partes e que "ameaças só complicam as coisas"
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Camila Stucaluc
O Hamas reiterou, em comunicado divulgado na terça-feira (11), o compromisso com o cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza. A declaração veio após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçar retomar a ofensiva caso o grupo não cumpra as diretrizes do acordo, que incluem prazos para a libertação dos reféns.
O ultimato de Netanyahu foi dado durante discurso publicado nas redes sociais. Ele rejeitou a acusação do Hamas de que Israel estaria violando o cessar-fogo e criticou o grupo por propor adiar a libertação de mais reféns, planejada para sábado (15). "Se o Hamas não devolver nossos reféns até 12h de sábado, o cessar-fogo terminará”, disse.
A ameaça do premiê israelense foi enaltecida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já havia sugerido a suspensão do acordo se o Hamas não cumprisse o acordo. "Pessoalmente, não acho que eles vão cumprir o prazo", disse Trump sobre o grupo. "Eles querem bancar os durões. Vamos ver o quão durões eles são”, acrescentou.
Sami Abu Zuhri, um alto funcionário do Hamas, criticou a declaração. "Trump deve lembrar que há um acordo que deve ser respeitado por ambas as partes, e esta é a única maneira de trazer de volta os reféns. Ameaças não têm valor e só complicam as coisas."
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O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, em guerra na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, entrou em vigor no dia 19 de janeiro. Até o momento, 16 reféns israelenses foram libertados, em troca de centenas de prisioneiros palestinos. A última troca ocorreu no sábado (8), resultando na libertação de três reféns e de 183 prisioneiros.