Europa questiona dependência militar dos EUA após a volta de Trump ao poder
Com republicano na presidência, líderes europeus debatem maior autonomia militar enquanto lidam com divergências climáticas e ameaças globais
Thiago Ferreira
A recente volta de Donald Trump ao comando dos Estados Unidos alterou significativamente o panorama político global. Na Europa, uma das maiores preocupações entre os governantes está ligada à segurança do continente, que agora se vê sem garantias claras de apoio militar americano.
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Ainda que exista consenso sobre a importância de manter uma aliança estratégica com os EUA, cresce o movimento por maior independência europeia, principalmente na área militar. O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou a urgência dessa autonomia, citando a guerra na Ucrânia e a percepção de ameaça vinda da Rússia como fatores que intensificam essa necessidade.
Entre os pontos de discordância entre os dois lados do Atlântico, a crise climática ocupa um papel central. As políticas ambientais de Trump, historicamente negacionistas, contrastam fortemente com as metas de sustentabilidade defendidas por vários países europeus.
No Reino Unido, o ministro das Relações Exteriores demonstrou intenção de trabalhar com o novo governo americano, apesar de no passado já ter participado de protestos contra a presença de Trump no país. Na França, François Bayrou alertou sobre a necessidade de união de governos europeus diante do que chamou de "política de dominação econômica" do presidente americano.
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A relação entre Trump e Vladimir Putin também chama atenção. O presidente russo enviou felicitações ao norte-americano e expressou abertura ao diálogo, enquanto os líderes europeus permanecem apreensivos com o impacto dessa aproximação no cenário geopolítico.
Já na questão da defesa, Trump tem pressionado os aliados europeus a aumentarem seus gastos militares, reafirmando que os Estados Unidos não serão mais os “protetores da Europa” caso os países do continente não assumam mais responsabilidades.
Com o foco em desafios globais, como a relação com a China e o conflito em Gaza, Trump não fez menções claras à Ucrânia no discurso de posse, aumentando as incertezas quanto ao futuro da aliança transatlântica.
A Europa aguarda, ansiosa, os próximos passos de Trump, especialmente em relação às suas promessas de política externa que podem redesenhar alianças e fortalecer parcerias inesperadas.
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