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EUA não vão apressar acordos comerciais antes do prazo final de agosto, diz secretário do Tesouro

Brasil está entre os países que podem ser afetados pelas tarifas; governo federal tenta negociar, mas admite que pode chegar em 1° de agosto sem resposta

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Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent | Reuters/Elizabeth Frantz
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O governo dos Estados Unidos está mais preocupado com a qualidade dos acordos comerciais do que com o tempo, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, nesta segunda-feira (21), antes do prazo final de 1º de agosto para os países fecharem um acordo comercial ou serem taxados pelos EUA.

"Não vamos nos apressar para fechar acordos", disse Bessent em uma entrevista à emissora CNBC.

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Perguntado se o prazo poderia ser prorrogado para os países envolvidos em negociações produtivas com Washington, Bessent disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, é quem decidirá.

"Veremos o que o presidente quer fazer. Mas, novamente, se de alguma forma voltarmos à tarifa de 1º de agosto, acho que um nível tarifário mais alto pressionará mais esses países a chegarem a acordos melhores", disse ele.

As novas tarifas também afetam o Brasil, que deve ter a exportação de vários produtos aos EUA taxadas em 50%. A 10 dias do prazo dado por Trump, o governo federal ainda não chegou a uma solução para reverter o cenário.

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Haddad diz que Brasil "não vai sair da mesa de negociação"

Nesta segunda (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao vivo à rádio CBN, afirmou que o Executivo estuda adotar medidas de crédito para socorrer empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço de Donald Trump.

Segundo ele, a reação pode ocorrer sem impacto nas contas públicas. "Não necessariamente isso vai implicar gasto primário", disse. Haddad também admitiu que a aplicação da Lei da Reciprocidade é uma das opções em análise, mas reiterou que a diretriz central do governo é seguir tentando uma solução negociada com Washington.

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"O Brasil não vai sair da mesa de negociação", disse Haddad. "Alckmin [vice-presidente e ministro da Indústria], Ministério da Fazenda e Itamaraty, e nós estamos engajados permanentemente. Vamos insistir na negociação para que nós possamos encontrar um caminho de aproximação dos dos países. Não tem razão nenhuma para estarem distanciados", continuou.

Na avaliação do ministro, a decisão dos Estados Unidos não tem base técnica. "Só comparar os outros países dos Brics pra você ver que o Brasil está longe de ser o problema dos EUA", disse. "O que sobra é a questão individual de Trump com Bolsonaro."

Ele classificou a situação como "muito grave" e sugeriu que interesses pessoais estão sobrepondo os brasileiros. "Estamos com um problema sério no Brasil em que uma família está concorrendo contra os interesses nacionais."

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