Em meio à crise com Trump, Lula viaja ao Chile para discutir democracia com presidentes
Cúpula “Democracia Sempre”, convocada por Gabriel Boric, reunirá ainda presidentes da Espanha, Colômbia e Uruguai
Murilo Fagundes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega neste domingo (21) a Santiago, no Chile, onde participa da “Reunião de Alto Nível Democracia Sempre”. O encontro, convocado pelo presidente chileno Gabriel Boric, reunirá também os chefes de Estado da Espanha, Pedro Sánchez; da Colômbia, Gustavo Petro; e do Uruguai, Yamandú Orsi.
A cúpula será realizada no Palácio de La Moneda e marca a continuidade da iniciativa lançada por Lula e Sánchez durante a 79ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 2024, nos Estados Unidos.
Desde então, os presidentes envolvidos mantêm diálogo para compartilhar estratégias de proteção democrática frente ao avanço do extremismo, à desigualdade, à desinformação e às ameaças institucionais.
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Em fevereiro deste ano, os mesmos líderes já haviam se reunido virtualmente para definir os próximos passos.
O encontro no Chile busca agora consolidar um posicionamento comum em favor da democracia, do multilateralismo e da cooperação global baseada na justiça social. As propostas discutidas serão levadas ao próximo encontro de alto nível, previsto para ocorrer de forma paralela à 80ª Assembleia-Geral da ONU, em setembro.
Embora a cúpula já estivesse prevista, a viagem de Lula ocorre sob o pano de fundo da crescente tensão diplomática com os Estados Unidos.
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A ofensiva recente do ex-presidente Donald Trump contra o governo brasileiro — incluindo pressões pela anistia a Jair Bolsonaro — deve repercutir nos bastidores do evento e ampliar a visibilidade internacional do presidente brasileiro durante o encontro.
Após a reunião oficial entre os líderes, os presidentes seguirão para um almoço no Ministério das Relações Exteriores do Chile, oferecido por Gabriel Boric. O evento reunirá, além dos chefes de Estado, intelectuais e representantes de organizações internacionais e centros de pensamento. Entre os convidados estão a ex-presidenta Michelle Bachelet; o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz; a filósofa Susan Neiman; o economista Ha-Joon Chang; e o advogado Carlos Peña.
No período da tarde, os mandatários participarão de um encontro com mais de 300 representantes da sociedade civil chilena no Centro Cultural Matucana 100, na comuna de Estación Central. A proposta é ampliar o diálogo com organizações sociais sobre temas como democracia, desigualdade e os impactos da revolução digital. As conclusões da reunião também serão levadas à ONU em setembro.
