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Saúde

Estou desidratado? Sensor vestível pode dizer quando você precisa de água; entenda

Estudo mostra forte correlação entre os níveis de bioimpedância no braço e a variação de peso corporal causada pela perda de líquidos; saiba mais

Imagem da noticia Estou desidratado? Sensor vestível pode dizer quando você precisa de água; entenda
Equipamento mede se você está desidratado | UT Austin
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Pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo sensor vestível, não invasivo, capaz de monitorar continuamente os níveis de hidratação do corpo humano. A inovação utiliza uma técnica chamada bioimpedância e tem potencial para melhorar a saúde e o desempenho físico de atletas, trabalhadores expostos a altas temperaturas e até mesmo pessoas em escritórios.

+ Existe um jeito certo de se hidratar? Entenda

O que é o sensor e como funciona?

O sensor é uma pequena tecnologia portátil, equipada com eletrodos estrategicamente posicionados que enviam uma corrente elétrica segura e de baixa intensidade pelo braço do usuário. Essa corrente interage com os tecidos do corpo, e a maneira como ela se propaga revela a quantidade de água presente no organismo: quanto mais hidratado o tecido, mais facilmente a corrente flui; em estados de desidratação, a resistência elétrica aumenta.

Essas medições são transmitidas em tempo real para um smartphone, permitindo que o usuário acompanhe de forma prática e contínua seu nível de hidratação ao longo do dia — algo até então difícil de ser feito fora de ambientes laboratoriais.

Aplicações práticas

Segundo o professor Nanshu Lu, líder do estudo publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências, a desidratação é uma “ameaça silenciosa” que afeta milhões diariamente.

“Nosso sensor oferece uma maneira simples e eficaz de monitorar os níveis de hidratação em tempo real, capacitando as pessoas a tomarem medidas proativas para se manterem saudáveis e terem o melhor desempenho”, afirmou.

A utilidade do dispositivo se estende a diversos contextos: ele pode ajudar um jogador de futebol a manter a performance em um jogo sob sol intenso, alertar bombeiros durante longas operações em áreas quentes ou simplesmente lembrar um trabalhador de escritório a se hidratar.

Quais foram os resultados

O sensor foi testado em diferentes experimentos, incluindo um estudo com diuréticos, que promovem a perda de água, e um monitoramento de 24 horas em condições cotidianas. Os dados coletados mostraram forte correlação entre os níveis de bioimpedância (exame que mede a composição corporal) no braço e a variação de peso corporal causada pela perda de líquidos.

Para a pesquisadora Matija Jankovic, coautora do estudo, os testes indicam que a bioimpedância no braço pode ser um bom substituto para as análises de hidratação de corpo inteiro, o que viabiliza o uso do sensor em atividades do dia a dia, como caminhar, trabalhar ou praticar exercícios.

Próximos passos

Embora a versão atual do sensor monitore mudanças relativas na hidratação, pesquisas futuras visam estabelecer dados de referência para níveis absolutos de hidratação. Isso envolveria a coleta de medições de bioimpedância de uma grande população para criar uma linha de base para comparação.

Os pesquisadores também planejam explorar novos designs, como tatuagens eletrônicas respiráveis e dispositivos vestíveis que absorvem o suor, para melhorar o conforto e o desempenho durante o uso prolongado. Eles esperam expandir os testes para grupos maiores e explorar aplicações para outros segmentos corporais, como o antebraço ou a coxa.

“Este é só o começo”, diz o pesquisador Lu. “Nosso objetivo é tornar o monitoramento simples da hidratação acessível a todos.”

Mas existe um jeito certo de se hidratar?

Especialistas sugerem que a hidratação comece logo no café da manhã, com a inclusão de alimentos e bebidas ricas em água, como iogurtes, frutas, sucos e chás. É ideal distribuir o consumo de água ao longo do dia, bebendo pequenas quantidades de forma regular, sem um intervalo específico recomendado.

A nutricionista clínica Holly Gilligan, da Universidade de Rochester Medicine, ressalta que o famoso conselho de beber 8 copos de água diariamente não se aplica a todos, nem a todas as situações. As necessidades de hidratação variam de acordo com fatores como o clima, a quantidade de suor, o nível de atividade física e condições específicas, como gravidez ou amamentação.

De acordo com ela, além da água, bebidas esportivas como isotônico podem ajudar a substituírem os eletrólitos, que são minerais que ajudam nossos corpos a se moverem e funcionarem, mas são perdidos quando suamos.

* Com informações do Futurity

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