Clima desértico e poluído: existe um jeito certo de se hidratar? Entenda
Onda de calor e tempo seco podem fazer com que seu corpo precise de mais água; veja como notar desidratação
Com a massa de ar seco e onda de calor que atingem regiões de Norte a Sul do Brasil, em alguns lugares com umidade relativa do ar semelhante a regiões desérticas junto com fumaça de incêndios, além de recordes mundiais de poluição, manter-se hidratado vem tornando-se cada vez mais essencial para a saúde.
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A quantidade ideal para o consumo diário de líquidos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), varia de acordo com o peso de cada um. Ela pode ser calculada multiplicando 35 ml pelo peso corporal, por exemplo: 2,8 litros para uma pessoa de 80 kg e 2,1 litros para uma de 60 kg.
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O pneumologista Eduardo Garcia explica que é importante ficar atento aos sintomas respiratórios e elenca o que pode acontecer com o corpo devido ao tempo seco:
- Mucosa dos lábios seca;
Em relação ao último sintoma, ele é categórico: "É necessário tomar bastante água, mais do que a sede. Às vezes, a nossa percepção não está tão acurada, mas o nosso corpo precisa do líquido. Então não se pode esquecer de se hidratar", ressalta.
A endocrinologista Tassiane Alvarenga, formada pela Universidade de São Paulo, reforça que, com a baixa umidade do ar, o corpo transpira mais, perdendo água que precisa ser reposta. Ela explica que, quando o ambiente tem menos água no ar, o corpo humano acaba perdendo mais líquido para o meio ambiente, o que aumenta a necessidade de hidratação.
Mas existe um jeito certo de se hidratar?
Especialistas sugerem que a hidratação comece logo no café da manhã, com a inclusão de alimentos e bebidas ricas em água, como iogurtes, frutas, sucos, e chás. É ideal distribuir o consumo de água ao longo do dia, bebendo pequenas quantidades de forma regular, sem um intervalo específico recomendado.
A nutricionista clínica Holly Gilligan, da Universidade de Rochester Medicine, ressalta que o famoso conselho de beber 8 copos água diariamente não se aplica a todos, nem a todas situações. As necessidades de hidratação variam de acordo com fatores como o clima, a quantidade de suor, o nível de atividade física e condições específicas, como gravidez ou amamentação.
De acordo com ela, além da água, bebidas esportivas como isotônico podem ajudar a substituírem os eletrólitos, que são minerais que ajudam nossos corpos a se moverem e funcionarem, mas são perdidos quando suamos.
Como descobrir a influência do suor na hidratação?
Um fator importante que pode ser levado em conta taxa de suor, ou seja, quantidade que você transpira durante um período de atividade física ou do cotidiano, segundo ela.
Para descobrir sua própria taxa de suor, pese-se antes e depois de um treino. Para cada quilo perdido, beba cerca de 700 ml de água. Então, se você perdeu dois quilos após uma sessão de treinamento, certifique-se de beber 1400ml de água.
Além disso, duas horas antes de treinar o ideal é beber 500 ml de água e continuar se hidratando durante a atividade, com ingestões de 150 ml a 300 ml a cada 20 minutos.
Considera também o seu tipo de suor. Se ele vir branco, é sinal de que você precisa se hidratar.
Consumir muita água é perigoso?
Segundo a especialista, embora raro, o consumo excessivo de água pode ser perigoso.
"Em casos extremos, beber grandes quantidades em um curto espaço de tempo pode diluir os níveis de eletrólitos no sangue, causando sintomas como náusea, confusão mental, dores de cabeça e, em casos graves, levar à morte. A chave é encontrar o equilíbrio: beba água conforme as necessidades do seu corpo, sem exageros.", segundo ela.
*Com informações do Futurity