EUA divulgam nova Estratégia de Segurança Nacional com foco militar na América Latina
Documento de 33 páginas amplia ação militar no Hemisfério Ocidental, endurece fronteiras e reforça presença naval no Caribe


Vicklin Moraes
A Casa Branca divulgou nesta sexta-feira (5) a nova Estratégia de Segurança Nacional do presidente Donald Trump. O documento de 33 páginas reforça a doutrina “America First” e apresenta um realinhamento profundo da política externa dos Estados Unidos.
A estratégia estabelece três prioridades: proteger o povo, o território e a soberania dos EUA; ampliar a prosperidade da classe média; e defender a liberdade dos americanos. O texto também indica um redirecionamento militar para a América Latina e alerta para um possível “apagamento civilizatório” na Europa, expressão usada para descrever impactos da imigração muçulmana no continente.
No Hemisfério Ocidental, o plano prevê um “reajuste da presença militar global” com expansão das operações da Guarda Costeira e da Marinha, além do eventual envio de tropas para garantir a segurança da fronteira e derrotar cartéis, incluindo o uso de força letal.
A Casa Branca relaciona a estratégia ao chamado “Efeito Trump” da Doutrina Monroe, de 1823, que buscava limitar a influência europeia nas Américas. A diretriz chega em meio à campanha letal contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe.
A estratégia promete ainda "acabar com a era da migração em massa", defendendo fronteiras mais rígidas para conter imigração irregular, terrorismo, drogas, espionagem e tráfico humano. Trump reafirma a doutrina da “paz através da força”, segundo a qual a demonstração de poder militar aumentaria a capacidade dos EUA de negociar e manter estabilidade global.
Na Ásia, o foco é dissuadir confrontos militares, especialmente em Taiwan e ampliar benefícios econômicos por meio de parcerias regionais. Para a Europa, o plano defende “maior autossuficiência em defesa” e políticas que evitem o que qualifica como erosão cultural.
No Oriente Médio, Washington afirma buscar estabilidade, impedir que “inimigos” avancem na região e fortalecer parcerias energéticas, incluindo projetos ligados ao petróleo. Na África, a orientação é substituir ajuda externa por comércio e investimento, atualmente dominados pela China.
O documento dedica espaço à competição tecnológica, defendendo que padrões americanos de inteligência artificial, biotecnologia e computação quântica prevaleçam em escala global.









